E se o Messi fosse brasileiro?
Ouço pelos quatro cantos do “pequeno mundo” que a internet me permite navegar e ecoam elogios ao futebol do Barcelona, o melhor time do mundo. Não que não mereça esses afagos, não é isso. Mas eu quero ir um pouco mais além.
Não somos nós, brasileiros, que gritamos, berramos, suplicamos, para que nossas estrelas não sejam traficadas para o exterior, sob pena de empobrecimento do nosso rico futebol? Não somos nós que vibramos quando o Santos fez malabarismo financeiro para segurar suas grandes estrelas: Neymar e Paulo Henrique Ganso? Aí é que está a contradição entre o “querer bem” e o “fazer bem”.
Pense comigo. E se o Messi fosse brasileiro? Ora, o melhor jogador do mundo – e deve ser eleito outra vez – foi tirado de sua pátria ainda criança, certamente sem entender o quão órfão deixaria sua terra natal. Depois de Maradona, disparado, Lionel Messi é a grande estrela (e orgulho) dos nossos irmãos aqui da América do Sul. E o que fez o Barcelona? Fez pensar somente em si mesmo.
Os euros, embora cambaleantes, ainda empinam suas narinas arrogantes sobre o chamado “terceiro mundo”, e compram o que bem entendem. Por isso, a derrota do Santos, foi ainda mais elástica e dolorida do que aquela que abateu boa parte dos patriotas brasileiros, independentemente da cor e do distintivo que carregam no peito. Perde-se um pouco do projeto “auto-estima”.
Não tem problema. Na economia e no futebol, damos sinais de recuperação. Vai chegar um dia em que vamos brigar de igual para igual com as grandes potências. Quero estar vivo para assistir a isso tudo. Ganhar ou perder vai ser questão mínima. Igualdade de condições é tudo.
Tudo bem que eles recebem 10 mil visitantes por dia no Camp Nou, para tour no estádio, na loja e no museu. Mas lá no museu tem gente da gente. Tem Messi, Ronaldinho Gaúcho, tem o Fenômeno. Ou já se esqueceram que o Ronaldo – artilheiro de todas as copas – passou a maior parte da vida de atleta longe do Brasil ? E se o Messi fosse brasileiro, a história estaria se repetindo.