terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Deixem o Palestra em paz, burocratas.

Gilberto Kassab. Café com promessa.
Ainda me lembro do então prefeito Gilberto Kassab em visita ao Palestra Itália, prometendo que iria intervir no alvará para o novo estádio do Palmeiras. A intervenção não veio e a construtora parecia prever que não passaria de uma promessa política, mais uma.
E assim seguiu-se a rotina. Parte de um dos anéis foi mantida para caracterizar reforma e não obra nova. Elevou o custo, fez-se uma reengenharia do local, atrasará a obra. Mas tocou-se adiante, para que os compromissos, não políticos, fossem - esses sim - honrados.

E agora vem a justiça para intervir, para averiguar. E porque não dizer, para atrapalhar o que vai de vento em poupa. Para dizer a verdade, não é preciso um perito para verificar o que está ali, estampado para qualquer leigo ver: a construtora manteve parte do anel do estádio, exatamente para evitar esses dissabores. E a burocracia entra em campo, outra vez.
Não há nada mais importante para fazer ? Será que as intervenções por conta do impacto de outras obras está indo à contento? Falo do Shopping ao lado, do bairro novo que está surgindo após a ponte da Avenida Pompéia, da mudança na lei de zoneamento que agora permite a construção de enormes (e caros) edifícios residenciais próximos ao Parque da Água Branca. Ora, há mais o que fazer do que atrapalhar o que está sendo feito dentro das regras. Ainda que as regras tenham sido equivocadas, movidas por interesses diversos que a gente imagina e não pode provar, portanto, não se pode escrever.

Alô, Conmebol, tem alguém aí ?

A exemplo das entidades máximas do futebol, cada qual à sua esfera, a Conmnebol parece formada por um grupo de amigos que envelheceu no poder e no poder vai se eternizando. Não quero julgar aqui o mérito da questão, se há ou não razão na proibição da presença de torcedores nos jogos do Corinthians na Libertadores. Não é esse o caso. O caso é que a entidade teria que ter, ao meu ver, julgado o mérito da questão. Não fez isso. 
Nicolás Leoz, presidente da Conmebol.
Não há maior desrespeito ao código do torcedor do que ele não saber se poderá ou não acompanhar os jogos com os ingressos pelos quais ele já pagou. Ora, julgue-se o mérito imediatamente e, à partir daí, os torcedores poderiam pedir ressarcimento (ou não) por eventuais prejuízos.

Não entendo a morosidade da Conmebol. Como não entendo a agressividade de muitos torcedores. O futebol, que há muito deixo de ser paixão para ser violência e dinheiro, sobrevive porque ele é um forte. Ele é o futebol. Mas temo pelo futuro.

E o Palmeiras nem viu...

Ele tem 21 anos de idade. É meia esquerda. Fez muito sucesso no futebol do Qatar. E poderia ter feito história com a camisa do Palmeiras. Passou seis meses no time B do Palmeiras e, sequer, foi relacionado para um coletivo junto ao time principal. Isso tudo, no auge da crise alviverde, ano passado. Crise que culminou com o rebaixamento da equipe no Campeonato Brasileiro. Crise que fez com que até um assessor de imprensa fosse chamado pela comissão técnica por falta de jogadores no elenco. E Netinho estava lá, todo o tempo, esperando por uma oportunidade. E a oportunidade não veio. E agora, ele está pronto para reescrever sua história.

Deixar o futebol do Qatar foi uma decisão particular de Netinho. Seu clube não queria libera-lo, pelo contrário. A idéia era naturalizar o alagoano. Mas ele não quis. Quis voltar à pátria para mostrar, aqui, sua capacidade. E o Palmeiras nem viu.

Netinho vai jogar a série A-dois do Campeonato Paulista pelo Rio Branco de Americana, equipe que está se reforçando com grandes atletas e, certamente, vai lutar pelo acesso à elite do futebol nacional. E junto com ela, está Netinho.

O jogo de estréia dele vai ser transmitido pela RedeTV no mês de março, dia 17, contra a Portuguesa, no Canindé. Não se assuste se, rapidamente, ele chamar a atenção de grandes clubes do futebol brasileiro. E ele estava no Palmeiras e o Palmeiras nem viu. O contrato de Netinho com a equipe de Americana vai até o final do Campeonato Paulista. Aguardemos.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

ACABAR COM OS CLÁSSICOS NO FIM É O FIM. SINALIZAMOS INCOMPETÊNCIA.

A decisão da CBF de acabar com os clássicos regionais nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro mostra a total incompetência das nossas autoridades para enfrentar a violência das torcidas no nosso futebol. Pelo que soube, as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, à pedido da Polícia Militar, não comportam dois clássicos nos mesmos dias e horários. Então, para não serem obrigados a transferir partidas importantes para o interior, deu-se a medida.

Ora, amigos. Estamos diante do atestado claro da total incompetência das nossas autoridades para acabar com as gangs, com o vandalismo, com a violência que contaminou sem pena, o esporte mais popular do país. Ou não é isso ?

Sinalizamos, uma vez mais, que aquele sinalizador que matou o menino boliviano não foi obra do acaso. Foi obra de uma impunidade que nossas autoridades não conseguem mais conter. Não adianta acabar com as torcidas organizadas. Elas se encontrariam longe das praças esportivas para dar vazão ao seu lado desumano.

O país da Copa do Mundo, da Olimpíada, dá sinais claros de que não tem controle sobre suas pessoas e, claramente, somos todos vítimas em potencial de uma violência gratuita. Basta que estejamos no local errado e na hora errada. E quantos, inocentes, não estão em locais certos, mas cercados de pessoas erradas, imbuidas de intenções deturpadas ? O pequeno Kevin foi apenas mais uma das vítimas.

E se a justiça da Bolívia é mais rigorosa que a do Brasil, não há muito mais o que acrescentar. Estamos perdendo o jogo pela vida, pela paz. E de goleada.