domingo, 28 de junho de 2009

Encontro com mágicos




Muitos amigos presentes em um jantar que não estava programada minha presença, pois estava cerca de 200 quilômetros longe de Joanesburgo. Mas o motorista que nos acompanhava em Rustemburg simplesmente não achou o hotel onde deveríamos pernoitar. Resumindo, tivemos que voltar.


No retorno, o convite para um jantar em um restaurante perto do Nelson Mandela Square - um dos principais pontos turísticos de Joanesburgo - e onde nosso motorista também não conseguiu chegar e pedimos o auxílio de um taxista - local onde tive a oportunidade rara de encontrar dois mágicos do futebol, em suas épocas.


Foi por um instante, mas valeu por tudo o que conheço da história dessas feras. Frans Beckembauer - um dos maiores nomes da história do futebol alemão e do mundo - e Falcão - hoje comentarista esportivo na Rede Globo e ex-jogador do Inter de Porto Alegre e da seleção brasileira.


Era véspera da final da Copa das Confederações. Momento para lembrar, sempre.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Frio, de verdade. E quase entramos numa fria em um shopping africano




Sabíamos que enfrentaríamos o inverno africano nessa aventura pela Copa das Confederações. O que não dava para prever era a intensidade do frio. Uma temperatura, no termômetro, marcando 5 graus negativos para um latino americano é, no mínimo, assustador.



Eu e André Alexandre, meu parceiro nessa gelada, corremos à um Shopping Center e compramos uma camisa térmica cada um. Aliás, compramos duas. Uma por 350 rands e outra por 170 rands. Claro, a mais barata achamos depois da primeira. A sensação foi de que "caímos do cavalo" com a compra das primeiras camisas. Não conseguiríamos dormir com aquele prejuízo na cabeça. Então, voltamos à loja e resgatamos o dinheiro, outra vez. Alegamos que a nossa empresa acabava de ligar informando de que haviam providenciado tal material e não mais seria necessária aquela compra.



No frio estádio de Bloemfontein, bateu um ligeiro arrependimento em mim. Se estivesse com as duas blusas na fria arquibacanda do Free State Stadio, usaria com prazer. Imagino o André que trabalhou no gramado durante os 90 minutos.



Aventuras na África do Sul.

Reação inesperada de um amigo solitário




Aproveitei raros momentos livres para conhecer o zoológico de Bloemfontein que descobri, na véspera de ir embora, fica ao lado do hotel onde nos hospedamos. Lá, como todo zoológico, macacos, elefantes, leões, etc e tal.


Nas andanças, em companhia com meu parceiro - o cinegrafista André Alexandre - tivemos o mesmo sentimento. Pareceu-nos que os animais, ali, estavam tristes. Não sei se pela baixa temperatura de um inverno rigoroso na região, ou se por causa do tratamento à eles dispensado.


Vamos partir com essa dúvida.


O que chamou minha atenção, no entanto, foi um elefante - ou será que era fêmea ? - quando me aproximei vagarosamente em busca de um ângulo perfeito para a foto. O animal, em dado momento, esforçou-se -para se aproximar ainda mais. Uma das fotos mostra isso. Não sei se estava querendo carinho, comida, ou apenas dando-me boas vindas. Ou será que estava pedindo ajuda para sair dali ? Vou embora com essa dúvida e com essa imagem de um amigo que fiz por aqui sem, ao menos, trocar uma palavra com ele.


E sejamos felizes.


O futebol em praça pública


Manhã fria em Bloemfontein - seguindo a massa gelada da noite anterior - e vida que segue nessa pequena cidade da África do Sul. E, nos detalhes, a gente percebe qual o sentimento envolve a sociedade. Poderia abordar vários temas, mas como estamos vivendo o esporte, nos últimos dias, é nele que vamos centrar.
A cena que você vê é numa praça pública perto de um dos muitos e bem organizados colégios locais. O amor pelo futebol é impressionante.
Se levarmos em consideração que o governo e as empresas destinam a maior parte de suas verbas para o rugby, a questão é ainda mais curiosa.
E vamos em frente porque estamos na reta final da Copa das Confederações e vem aí a Copa do Mundo, ano que vem. E você, o que acha disso tudo ?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Deu zebra, mesmo...


Eu estava lá e presenciei a maior zebra, até agora, na Copa das Confederações. Veja participação abaixo. Será que a África do Sul apronta contra o Brasil ? Se isso acontecer, minha gente, não sei como será a logística para cobrir a disputa de terceiro lugar entre as seleções "favoritas". A gente já tinha dificuldade de encontrar vagas em hotéis, projetando uma disputa entre Estados Unidos e África do Sul. Imagina, só.

Os espanhóis terão problema para acompanhar sua equipe no domingo. A distância é considerável entre Joanesburgo e Rustemberg. São cerca de 3 horas de carro. De avião, nem pensar. Não há aeroporto. Olha, vai ser um perereco. E estamos aqui para testemunhar tudo isso.

Zebra na África do Sul


Está difícil até digitar o texto por causa do frio. São cinco graus abaixo de zero em Bloemfontein. Os Estados Unidos estão derrotando a favorita Espanha. Dá para acreditar ??

É zebra na África. Agora, 28 minutos do segundo tempo.
Duas zebras... Dois a zero...
O futebol é lindo...

Uma aventura dividida em 3 partes

O trabalho do jornalista esportivo vai muito além dos 90 minutos de um jogo de futebol. Envolve toda a preparação para o trabalho. É preciso conhecer as histórias das equipes que se enfrentam, é preciso estudar os jogadores, as particularidades, as estatísticas. Enfim.
Agora, tem uma outra questão que é a logística, sobretudo quando vamos realizar uma tarefa de longa duração e fora do país de origem. Então, aqui, segue um pedacinho de uma aventura que enfrentamos em Rustemberg, ou nas rendondezas, para uma cobertura jornalística. É raro, mas acontece e é preciso saber "enfrentar" esses percalços. Com naturalidade e alegria. Sugiro que assista pela ordem. Essa é a terceira das três partes que, por algum motivo, não consegui publicar. Mas você vai entender, na sequência das postagens. E sejamos felizes.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Uma aventura dividida em 3 partes - 2a. parte

Aqui você acompanha a segunda parte da aventura.
Quando a gente consegue chegar ao hotel combinado, numa cidade distante, em um horário pouco atraente.
Dessa aventura, você nem imagina qual vai ser o final.
Acompanhe. E, depois, vá a terceira parte. Você vai entender como são as coisas no nosso trabalho. O imprevisto faz parte desse jogo.

Uma aventura dividida em 3 partes - 3a. parte

O trabalho do jornalista esportivo vai muito além dos 90 minutos de um jogo de futebol. Envolve toda a preparação para o trabalho. É preciso conhecer as histórias das equipes que se enfrentam, é preciso estudar os jogadores, as particularidades, as estatísticas. Enfim.

Agora, tem uma outra questão que é a logística, sobretudo quando vamos realizar uma tarefa de longa duração e fora do país de origem. Então, aqui, segue um pedacinho de uma aventura que enfrentamos em Rustemberg, ou nas rendondezas, para uma cobertura jornalística. É raro, mas acontece e é preciso saber "enfrentar" esses percalços. Com naturalidade e alegria. Sugiro que assista pela ordem. Essa é a terceira das três partes. E sejamos felizes.

domingo, 21 de junho de 2009

Arte e cultura no meio do caminho.


Hoje, viajei o dia todo para chegar até a cidade de Rustemberg. Cerca de uma hora entre Bloemfontein e Joanesburgo, de avião. Em seguida, quase quatro horas de carro até o palco do jogo entre Egito e Estados Unidos, pela última rodada do Grupo B da Copa das Confederações.

No meio do caminho, um pouco da cultura da África do Sul em um mercado exclusivamente para turistas que visitam o país.

A abordagem dos donos das barracas de artesanato é tanto que chega a incomodar. Nada que não aumente depois que eles descobrem que somos do Brasil. Eles são apaixonados peno nosso país e demonstram isso com o sorriso sempre cativante do povo local.

Aqui, registro um pouco da arte, na sua mais forte expressão. Não deixa de nos colocar para pensar na penúria que vive boa parte dos habitantes desse continente esquecido pelos países mais ricos. Lembrado, só quando era para extrair daqui os abundantes recursos naturais provenientes dessa terra.

Estou nutrindo um carinho todo especial por essa gente. Será que podemos esperar o mesmo das nossas autoridades ?

Encontrei o "Engenhão" da África do Sul

Jogo entre Estados Unidos e Egito. No mesmo instante em que o Brasil decide seu futuro contra a Itália. Eu aqui, bem longe do acontecimento que a maioria está de olho.Final da primeira fase, demorou um pouco, mas eu acabei encontrando mais uma história comum entre Brasil e África do Sul. O Royal Bafokeng, de Rustenburg, carrega consigo muita semelhança com o Estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro, construído especialmente para os Jogos Panamericanos de 2007. Os motivos da semelhança eu vou enumerando abaixo.

A primeira semelhança que pude observar: o local onde ele foi construído. Num bairro bem afastado dessa bela cidade distante (gastamos 3 horas de carro em estrada sem buracos, mas de muito trânsito e de muito risco).

Ele parece um "elefante branco", com o perdão do bicho tão simpático que vive por essa redondeza, e deixa a nítida impressão de que, ano que vem, depois da Copa do Mundo, irá transformar-se em uma obra de pouca utilidade e de muito desperdício de dinheiro. Seja ele público ou não. Vai doer do mesmo jeito levando-se em consideração a pobreza que está escondida ao redor dessa imponente construção.
Será que o Brasil vai repetir esse "sucesso" sulafricano, na próxima Copa do Mundo ?

sábado, 20 de junho de 2009

Um ponto e nada mais.


O clima é de euforia na cidade de Bloemfontein. A anfitriã da Copa das Confederações decide sua sorte precisando de apenas um ponto para passar às semifinais da competição. O clima é de festa mas a missão, das mais difíceis. O jogo é contra uma seleção que não perde há 34 rodadas, está com 14 vitórias consecutivas e, caso conquiste os 3 pontos, pode assumir a liderança mundial nesse critério. Serão 90 minutos de arrepiar. A gente está aqui e volta com detalhes assim que possível. E sejamos felizes.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A inspiração de um amigo


Meu parceiro nessa aventura: André Alexandre, cinegrafista de muita tranquilidade e talento maior ainda. Dá uma olhada no vídeo que ele gravou. Imagens falam pelas palavras. Estivemos juntos na periferia de Bloemfontein para uma matéria sobre a paixão dos sulafricanos pelo esporte. Em um fim de tarde maravilhoso, tudo ficou perfeito.

Nossas raízes além do futebol


A África do Sul lembra muito o Brasil de hoje em dia. Seguramente, é o Brasil de algum tempo passado. Aqui estão nossas raízes. Sejam elas, culturais, religiosas, esportivas. Vejo, pela periferia das cidades, uma semelhança muito grande com a nossa rotina diária. Aqui tem favela, tem violência, tem discriminação racial. Estou falando de que país ? Pois é, nossas histórias se misturam ou se completam, sei lá.

Aqui, as pessoas são amáveis, alegres, felizes. Nem sempre com motivos para isso, muito mais por origem, DNA, sangue. Não sei ao certo. Mas certo estou de que o sentimento desse povo pelo Brasil que eles nunca viram, é algo maior e mais forte do que a paixão pelo nosso futebol.

Será que estou errado ? Acho que não. Na África das diferenças, somos iguais.

Um dia diferente na África do Sul




Hoje minha missão era contar as diferenças sociais e raciais da África do Sul sob a visão do esporte.

Então, para complementar a matéria, visitei um bairro da perifeira de Bloemfontein para ter a visão clara da paixão da camada mais pobre do país pelo esporte que também é o principal na vida dos brasileiros.


Aqui, não foi difícil perceber que os negros - quase 80% da população, são mesmo apaixonados por futebol. Os brancos preferem o criquete e, principalmente o rugby. As diferenças, raciais e econômicas são claras. Os melhores estádios são para o rugby. O ingresso para uma partida do campeonato local, de rugby, custa 5 vezes mais caros que um ingresso para uma partida do campeonato sulafricano de futebol. E por aí vai. Mas eu gostaria de destacar uma outra questão que chamou minha atenção.


Os sulafricanos da periferia são extremamente educados e mais, têm um senso de patriotismo fora do comum. Repare nos detalhes enquanto as crianças cantavam o hino nacional do país. Serve como lição para gente.



quinta-feira, 18 de junho de 2009

Tem zebra na África ? Tem, sim senhor.


Ela não é exatamente africana, mas apareceu por aqui na noite desta quinta-feira. Chegamos bem mais cedo ao Ellis Park, estádio de Joaneburgo, para a partida entre Itália e Egito, da Copa das Confederações, segunda rodada. Tinha tudo para ser um jogo "natural", sem grandes novidades. E não é que os egípcios fizeram um a zero e se transformaram na maior surpresa da competição, até agora ?

Tempo para acreditar que a imaginada semifinal entre Espanha e Itália, deixando o Brasil para pegar África do Sul ou Iraque, vai desmantelar-se. Acompanhe o vídeo que fizemos para a TV Bandeirantes e verá que tudo está indefinido nesse grupo. Até a chance de classicação de quem hoje, depois de duas das três rodadas, é o líder: o Brasil.

Depois a gente volta. E sejamos felizes.


E o raio caiu no mesmo lugar.


Uma semana de ponte aérea e de problemas entre Joanesburgo e Bloemfontein, e vice e versa. Viagem de avião que demora cerca de uma hora e que de planejamento, pode chegar a três ou até mais. Outro dia foi o sumiço da nossa bagagem. Hoje, sem explicação nenhuma, um voucher na mão e a informação de que a aeronave vai atrasar.

Por sorte, nosso compromisso é 18h30. Temos que seguir para o Estádio Ellis Park para a partida entre Estados Unidos e Itália. Talvez a gente vá direto, sem passar no hotel. O que faríamos somente por volta de duas da manhã, saindo cerca de 5 horas depois, de volta para o aeroporto, para voltar a Bloemfontein. E assim, vamos que vamos, no balanço da Copa das Confederações que é um preparativo para a Copa do Mundo do ano que vem, quando a demanda vai ser muito maior. E as necessidades e cobranças também. Ai, ai, ai.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Motivação para o trabalho


Estava finalizando meu trabalho em Bloemfontein, depois da partida entre Espanha e Iraque. Texto, gravação, envio de matéria pela internet - essas coisas do mundo moderno - até que fui ao "Midia Center" para concluir esse trabalho.

Lá no centro de apoio aos jornalistas, pude acompanhar a alegria de alguns jovens trabalhadores. Na verdade, voluntários que nos auxiliam, e muito, por aqui. Aliás, aqui uma observação, são gentis, esforçados e grandes batalhadores pelo sucesso da Copa das Confederações. Pois bem, em determinado momento, com o serviço no fim, eles pararam para acompanhar momentos do jogo que acontecia na cidade de Rustemberg. Era o jogo da África do Sul contra a Nova Zelândia.

Mesmo distante, para não intimidar os sulafricanos, conseguimos flagrar o momento de alegria quando a África do Sul marcava seu primeiro gol na vitória por dois a zero.

Confesso, estou torcendo para que eles consigam passar para a próxima fase. Acho que a alegria, já habitual desse povo, estará ainda maior. Contagiando à todos nós, muito tempo longe da família, longe de casa. E sejamos felizes. Até a próxima.


Uma vitória, duas alegrias.




Terminada a partida entre Espanha e Iraque, um a zero para os espanhóis, os dois treinadores compareceram para a entrevista coletiva. Chamou a atenção o discurso dos dois comandantes. Bora Milutinovic, do Iraque, disse estar "feliz, muito feliz" com a derrota do time dele. A explicação foi que "a vida e a matemática são óbvias. Se eu perdi por apenas um a zero, o saldo de gols pode me ajudar na classicação para a próxima fase. Portanto, ainda estou vivo", filosofou.


O carrancudo treinador espanhol saiu-se com algo mais "simples" quando questionado se o time não vai "amarelar" quando chegar a fase decisiva. "Não dá para prever o futuro. Mas eu confio nesse grupo", finalizou.


De qualquer forma, os dois podem fazer história. Bora Milutinovic, ao conseguir uma goleada contra a desclassificada Nova Zelândia, deixará a África do Sul a ver elefantes já que os anfitriões enfrentam a poderosa Espanha. Em tese, Bora está certo no raciocínio da felicidade.


O treinador espanhol está a frente de uma seleção que acaba de atingir a marca de 14 vitórias consecutivas. Na África do Sul, tem 6 pontos em dois jogos. Marcou 6 gols e não sofreu nenhum. Ainda assim, será que dá para desconfiar da Espanha? Esperemos e veremos.

Torcida do Iraque se destaca em Bloemfontein


Na chegada ao Free State, estádio da partida, a torcida iraquiana chamou a atenção de todos os jornalistas. Se bem que, na foto aí, quem se destacou mesmo foi a repórter de uma TV espanhola.
Mas voltando aos torcedores, foi uma grande festa para um jogo fundamental. Um vitória praticamente assegurava a classificação de qualquer uma das equipes.
Favoritismo à parte, a torcida do Iraque deu um belo exemplo de alegria. Em campo, a equipe foi valente, mas a Espanha conquistou a vitória. Bem apertada. Mas muito valiosa.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Quando o destino escreve a história


A vitória italiana sobre os americanos, na primeira participação de ambos na Copa das Confederações, colocou o destino à frente da história. Dos 46 jogadores que poderiam decidir aquele jogo - número total de inscritos somando as duas agremiações - o placar foi determinado por um jogo imigrante que nasceu em uma nação, mas por razões pessoais (familiares e afetivas, entendo, vou trabalhar em outra).

Pois bem, o hino da Itália soa diferente aos ouvidos e ao coração do jovem Giuseppe Rossi, de 22 anos. Ele, saiu do banco de reservas a Azzurra para fazer dois gols e levar a seleção de seu país à liderança do Grupo, na Copa das Confederações, deixando o Brasil em segundo, no saldo de gols.

Seguramente, pelo que jogou naqueles 3 a 1, mas por qualquer outra razão, não poderia ser outro o escolhido como o destaque do jogo. E assim a FIFA fez. Giuseppe Rossi, um menino que foi procurado pela seleção do país onde nasceu, mas que resolveu profissionalizar-se pela nação do seu sangue e coração. E assim o destino vai escrevendo sua história. Que bonito, não ?

O dia em que a mala sumiu. E que o avião quase não subiu.


Não é comum a cena da foto acima. O piloto desce da aeronave e vai discutir qualquer coisa com o mecânico, em plena pista do aeroporto. Enquanto isso, todos os passageiros acompanhavam a cena de dentro do ônibus que nos levou até ali, para esperar uma autorização e embarcar.
Hoje, na ponte aérea Joanesburgo-Bloemfontein, literamente nós "dançamos". Não tanto pela espera que acabou, no total, sendo de cerca de uma hora - isso é normal para quem vive no Brasil e tem memória relativamente curta para acontecimentos recentes - mas o que nos traumatizou foi o final da viagem.
Nossa meta era chegarmos em Bloemfontein para acompanhar o treinamento da seleção da Espanha, que fará um jogo importante amanhã contra o Iraque. Pois bem, graças a Deus conseguimos um desembarque tranquilo.
Eis que, para nossa surpresa, faltou uma mala para ser entregue para um daqueles 25 passageiros que fizeram o vôo no avião atrasado. Era uma mala enorme com todo o nosso equipamento de trabalho. Meu parceiro, o cinegrafista André Alexandre, ficou com o ticket na mão e, mais nada.
Fomos ao balcão de informações que prometeu, horas depois, entregar o equipamento no hotel. Até agora, nem equipamento, nem a matéria do dia, muito menos satisfação da nossa querida South African Air Lines. Estamos providenciando equipamento reserva que deverá chegar amanhã, para que possamos trabalhar na cobertura do jogo.
Se a Copa das Confederações é um laboratório, um ensaio para a Copa do Mundo, registra-se o ocorrido. E vamos em frente. E sejamos felizes.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Patriotismo de um amigo sulafricano

Hoje estamos em Pretória para acompanhar a estréia da seleção italiana. A caminho daqui, duas emoções: uma delas foi saber do placar - naquele momento, ainda parcial, do jogo entre Brasil e Egito. Outra emoção, nosso motorista cantando o hino nacional sulafricano, ao lembrar-se da cerimônia de abertura da Copa das Confederações, que acompanhamos juntos.
O Brasil ganhou o jogo e a gente arrebanhou um grande companheiro por aqui. Shimi, entoando "Mamma África" é algo do qual não iremos nos esquecer.
Daqui a pouco, voltaremos com mais detalhes sobre o jogo entre Estados Unidos e Itália. Ao longe, ouço sirenes, o que indica que as seleções estão chegando ao Estádio de Pretória - a capital administrativa da África do Sul. Vamos trabalhar e sejamos felizes.
Até.

domingo, 14 de junho de 2009

Cachorro mordido por cobra ...


O combate ao tráfico de drogas é algo que chama a atenção na África do Sul. Quando cheguei ao país fui um dos "sorteados" no aeroporto Tambo, em Joanesburgo, para ter a mala completamente revirada por policias que trabalham ali. Eles olham para você e se quiserem, pegam o teu passaporte e tem encaminham para uma grande sala onde tudo é vasculhado. Pois bem, isso eu vivi.


Nesse domingo, para ter acesso ao estádio Ellis Park - cerimônia de abertura da Copa das Confederações e primeiro jogo da competição - reparei em uma dezena de bolsas espalhadas pelo chão. Um cão cheirava, uma por uma e, em seguida, elas eram liberadas. Se foram as pessoas e as malas e eu cheguei. A situação se repetiu.


Lá voi o cachorrinho meter no fucinho onde foi chamado. Lá dentro, balas, bolachas, papéis e nada que pudesse agradar ao "simpático". Assim, pude seguir tranquilamente. Agora, vou confessar, dos jeito que as coisas andam, dá medo ter uma mochila ou mala sob suspeita. Sempre há a sensação de que alguém, aproveitando-se de um descuido, "guardou" alguma coisa ali.


Quando o cãozinho deu as costas, feliz, quase lati de tanto alívio. E vamos em frente.



Começou a Copa da África.


Ao lado de grandes amigos e de insdicutíveis profissionais, acompanhei a cerimônia de abertura da Copa das Confederações, em Joanesburgo, na África do Sul. Luciano do Valle e Neto, em que pese o tempo de carreira e as emoções vividas por esses estádios e gramados do mundo, se emocionaram, assim como eu, com a cerimônia de abertura. A simplicidade que é a marca registrada desse povo.
Música, ritmo e alegria ditaram o tom da festa, acompanhada por todos os expectadores presentes no Estádio Ellis Park, em Joanesburgo. Para a festa ficar completa, faltou a vitória da África do Sul, no jogo de abertura conta o Iraque. Pena que não foi assim. Mas o que vimos valeu a pena. Emoções garantidas, teremos por aqui. E farei questão de transmitir aos amigos. E sejamos felizes. E que assim seja.



Estamos de olho....

A bola vai rolar em instantes. Com a história do fuso horário e tudo mais, além da expectativa da estréia, vamos vivenciando a ansiedade das pessoas, o "clima" que vai tomando conta da África do Sul. Cerca de 640 mil ingressos foram colocados à venda para toda a competição.
Ontem o presidente do país acompanhou o treino da equipe. Mandou mensagem do maior herói nacional, hoje com 94 anos, Nelson Mandela. O prêmio Nobel da Paz disse que fará força para comparecer ao estádio, mas se não for possível - por causa da idade - estará torcendo para seus compatriotas.

Todos sabemos que a África do Sul não é uma das favoritas ao título da Copa das Confederações, mesmo jogando em casa. Mas a torcida para que eles consigam fazer um bom papel, transcende essa história de favoritismo. Tem mais a ver com a história desse povo.

É esperar porque a bola vai rolar.

Itália. Não é favorita, mas nem precisa.


Estivemos, nesse sábado, acompanhando o treinamento da Itália para a Copa das Confederações. Mais uma vez, os italianos chegam sem favoritismo. Mas eles já estão acostumados com isso. Em 2006, na Copa do Mundo da Alemanha, foi assim. E os italianos terminaram campeões.
Problema para o técnico Marcelo Lippi. O zagueiro Cannavaro, um dos principais líderes desse time - participou da equipe campeã do mundo, na última Copa - machucou-se e não enfrenta os Estados Unidos, nessa 2a. feira. O reserva dele, Logrotaglie, também está contuntido.
A Itália está no Grupo B, ao lado de Brasil, Egito e os Estados Unidos. Deve passar para a próxima fase e, numa projeção bem futurista, decidir seu destino contra a Espanha, que deve ser a campeã do Grupo A. Seria a chance de revanche da equipe tetracampeã mundial. É que na última Eurocopa, a Espanha eliminou os italianos para, em seguida, vencer a Alemanha e conquistar um título que não faturava há 44 anos. Teremos muitas emoções por aqui.
Ah, vale dizer que a cidade escolhida pelos italianos, Centurion, é uma paraíso distante 60 quilômetros de Joanesburgo. Um lugar tranquilo para quem não carrega favoritismo, mas de quem sempre se espera muito.


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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Região para conhecer: Montanha de Magaliesberg

Hoje fiz uma viagem de carro que valeu a pena. Foram duas horas de estrada - 170 quilômetros entre Joanesburgo e Rustemberg. A missão era acompanhar o treino da Espanha, mas como o elenco não atendeu aos jornalistas estrangeiros, destaque mesmo para o lugar onde eles escolheram para começar os preparativos para a Copa das Confederações.
Rustemberg é a cidade sulafricana com o maior índice de crescimento. Também é uma das mais ricas. Em locais bem próximos à cidade, estão duas das maiores minas de platina do mundo e a maior refinaria, que processa ao redor de 70% da platina mundial.
Em africâner, uma das línguas do país, o nome da cidade segnifica "Local de Descanso". Certamente, nome dado antes da descoberta da mina e muito em função das lindas montanhas de Malaliesberg. Não repare no áudio, pode até tirar o som , para acompanhar o vídeo abaixo. Vale a pena. As imagens são lindas demais. Pena que, no local do descanso, só não tive tempo para descansar. Um dia eu volto, se Deus quiser. E sejamos felizes.


Vivendo e aprendendo


Confesso que hoje fiquei espantado. Estou vivendo, nos últimos dias, naquele que pode ser considerado por muitos - e não sem razão - o continente mais atrasado, esquecido, do planeta. Pois bem, conversando com nosso motorista por aqui, Jairos Shimi, descobri que a escola pública da África do Sul ensina, na grade curricular dos alunos, 9 línguas (dialetos africanos) além do inglês. Ele não quis acreditar quando eu disse que as escolas brasileiras alfabetizam apenas em língua portuguesa. "Mas o inglês é a língua universal", ponderou nosso amigo sulafricano. Fiquei sem resposta.

Para quebrar um pouco aquele "mal estar" que aquela conversa causou, resolvemos - eu e meu parceiro, André Alexandre - também ensinar algumas coisas para Shimi. Desculpe-nos as madames, mas já estamos há mais de uma semana por aqui.. Depois eu volto, falando mais sério. E sejamos felizes.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Os últimos serão os primeiros ... Diz o ditado

Chegou a última seleção que estava faltando para o início da Copa das Confederações. Acompanhei, de longe, o pouso da equipe no aeroporto internacional, Tambo, em Joanesburgo. Em seguida, depois de quase uma hora na alfândega complicada dos sulafricanos, essa seleção seguiu, em avião de menor porte, para o acanhado - já disse aqui - aeroporto da cidade de Bloemfontein.
Disponibilizei abaixo, um trecho da matéria que fizemos para a TV Bandeirantes, contando parte dessa história. E, como é a proposta do blog, tem coisas que a gente só fica sabendo aqui. Então, vamos lá. Quando me preparava para deixar o aeroporto - descendo uma imensa escada rolante - vislumbrei a alegria de três pessoas que faziam o caminho inverso. O sorriso acima da normalidade, forçou-me procurar entender aquilo. Na mão de um deles, o que parecia ser uma camisa da seleção brasileira de futebol. Foi tudo muito rápido, tentei subir a mesma escada, mas os alegres rapazes sumiram na imensidão daquele aeroporto.
Ninguém é capaz de tirar da minha cabeça que era um presente e que aqueles alegres rapazes estavam chegando junto com a seleção. Eram comissários de bordo, pilotos. Sejá lá o que for. Teria sido um grande depoimento. Não consegui encontrá-los mais. Ainda assim, fico feliz ao perceber como o Brasil é recebido, em qualquer parte do mundo. E sejamos felizes, sempre.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Foi com medo de avião

Confesso, sem medo, o enorme temor que tenho de viajar de avião. Certas vezes caminho tranquilo até a chegada saugão-aeronave, outras nem tanto. No vídeo acima (vc mesmo pode tirar suas conclusões) estava saindo de Bloemfontein a caminho de Joanesburgo, na última noite.

Chuva, frio, distância de 400 quilômetros - cerca de 4 horas - de estrada ou uma hora dentro do avião ? Bem, não tive muita escolha - você verá nas imagens - e segui para dentro de um avião com capacidade para cerca de 30 passageiros.

Lá dentro, não é autorizada a gravação de imagens, mas acho que o meu depoimento pode ajudar a entender o drama enfrentado nos 60 minutos adiante. Na decolagem, barulho terrível vindo do bagageiro, parecia desmontar tudo. O fone, usado normalmente pelos comissários para as tais instruções que ninguém ouve, estatelou no chão. E o vento forte, com a chuva que caia, encarregou-se do restante. Mas chegamos, e é isso o que realmente importa. O resto é história para contar. E sejamos felizes. E seguimos por aqui.

Procura-se torcedor, desesperadamente




Vivemos um dia de surpresas na fria Bloemfontein. Nossa intenção seria encontrar, e obviamente registrar, o estádio (ou os estádios) que a seleção brasileira pode usar nos próximos dias, até a estréia na Copa das Confederações, na próxima segunda-feira.


Pois bem, o primeiro local que visitamos foi a Free State University - um campus universitário que não deixa nada a desejar à USP ou UNICAMP, muito pelo contrário. Pareceu-me muito melhor estruturado.


Ocorre que acabamos por descobrir: o Brasil abriu mão dos treinos no estádio universitário e vai fazer os dois primeiros ensaios em campo no Estádio Seisa Ramabodu. Um local distante 15 quilômetros do centro da cidade e de uma pobreza incrível (registramos em vídeo).


No meio da viagem até o tal local, encontramos uma espécie de um trio elétrico fazendo uma promoção, no mínino curiosa. Organizadores da Copa, da cidade de Bloemfontein, distribuiam mais de mil ingressos para o jogo entre Espanha e Iraque. A organização teme a ausência total de público para algumas partidas.


Pelo que temos visto por aqui, a Copa da África vai ser uma prova de fogo às pretensões da FIFA de continuar o tal rodízio por todos os continentes. A África do Sul, e mais ainda os outros países africanos são lugares esquecidos pelos países mais ricos. Uma pena.





terça-feira, 9 de junho de 2009

Estamos em Bloemfontein


Uma diferença "no ar" em relação à primeira cidade da África do Sul que tivemos o prazer de conhecer. Distante 400 quilômetros de Joanesburgo, Blomfontein parece uma cidade que respira mais alegria. O preconceito racial parece bem mais distante. Brancos e negros caminham pelas ruas, realizam trabalhos semelhantes em lojas e restaurantes e a gente pode, depois de um certo tempo, caminhar sozinho pelas ruas da cidade.
Em frente ao Free State Stadium - que em tradução simples significa "Estado Livre", fomos fotografados com sulafricanos empolgados com a chegada de brasileiros por aqui. O Brasil estréia na Copa das Confederações aqui em Blomfontein. Joga contra o Egito, na próxima segunda-feira, 11 da manhã, no horário brasileiro. A chance de sentir o calor de um povo sulafricano muito parecido com o nosso quando o assunto é fazer amizade e falar sobre futebol.
Aqui, estamos em casa.

Prepara-se para comer bem na África do Sul


A carne bovina é uma das especialidades do sulafricanos. Há de se entender, no entanto, que o tempero pode ser um pouquinho diferente do nosso. geralmente, sob a carne, muito bem servida, eles jogam um molho excessivamente doce. É diferente, mas não ruim. Vai de se acostumar.
Esse prato da foto bem com anéis de cebola, um bom molho à base de creme de leite e limão e uma batata (enorme) cozida.
A refeição vale por duas e o preço é convidativo se convertemos para nossa moeda. Custou-me 60 rands. Soma-se um refrigerante, mais 12 rands. Temos um total de 72 rands. Ocorre que aqui eles não cobram os "dez por cento", mas sugerem que paguemos quanto achar conveniente. Vamos finalizar o almoço em 80 rans. Para converter em real, é simples. Divida o valor por 4. Então, esse prato saiu por R$ 20. Eis uma boa pedida.

domingo, 7 de junho de 2009

Um passeio diferente por Joanesburgo


Neste domingo pela manhã fomos dar uma volta para captar imagens de Joanesburgo, fora do roteiro turístico. Impressionante o movimento de pessoas que chegam e saem da cidade. Eles fazem compras aqui para revender em cidades e países ainda mais pobres do continente, como: Zimbabue, Angola, Moçambique e por aí.

Nesse vídeo, uma passeada pelo acesso de pessoas ao terminal. É impressionante e, ao mesmo tempo, perigoso. A recomendação é não descer do carro para gravar. E, ainda assim, tomar cuidado para não ter sua câmera rouobada em movimento.

Que coisa, meu Deus...

sábado, 6 de junho de 2009

África do sul vence Polônia em amistoso.

Neste sábado, 4 da tarde, horário local, a África do Sul enfrentou a Polônia, em jogo amistoso preparativo para a Copa das Confederações, que começa em pouco mais de uma semana. O jogo foi em Soweto, um bairro histórico de Joanesburgo e terminou com vitória do time dirigido por Joel Santana. O gol foi no começo do jogo. Você confere no vídeo que postamos para você.

Joel Santana fala para tv sulafricana

Tivemos a oportunidade de acompanhar trecho de uma entrevista do técnico Joel Santana para o canal SACB Sports, da África do Sul. Em inglês, ele fala sobre o jogo amistoso contra a Polônia, fala das críticas que vem recebendo e que desaparecem após uma vitória. Na sequência desse sábado, a seleção dirigida pelo brasileiro venceu por um a zero. Na sequência, mostrarei o gol marcado aos 6 minutos do primeiro tempo.

Bem perto da seleção verde e amarela





Estivemos bem próximos da seleção verde e amarela no momento em que os jogadores e o treinador brasileiro se preparavam para partir atrás de mais um desafio. A idéia era entrevistar os personagens sobre a expectativa para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo do ano que vem. No final do vídeo você vai perceber um certo "mal estar" pelo volume alto da voz de alguém da comissão técnica. Falava num dialeto africano. Isso possibilitou a compreensão. Mas como, para um bom entendor, um pingo é letra, a gente saiu de perto.

Estamos falando da seleção da África do Sul, comandada pelo brasileiro Joel Santana. Ele mesmo admitiu que gostaria de ceder entrevistas ao vivo para a TV Bandeirantes, veículo que represento no continente por esses dias. Mas disse Joel que "forças maiores" impedem isso.

De qualquer forma, estamos por aqui e você, claro, vai tendo todos os detalhes do nosso trabalho. Grande abraço e até mais. Fiquemos com Deus.

Estádio histórico para a Copa das Confederações


O Ellis Park, em Joanesburgo, nasceu em 1928. Tinha capacidade para menos de 60 mil expectadores e hoje acomoda mais de 70 mil. As obras no estádio - que hoje, oportunamente é chamado de Coca Cola Park - não param. A expectativa é a de que ele esteja preparado para mais uma parte importante da sua história. E são muitas (vídeo conta um pouco).
Em 2001, 43 torcedores morreram quando mais de 3 mil pessoas tentavam entrar no estádio que já estava lotado. Em 1995, a África do Sul tornou-se campeã do mundo, jogando nesse estádio. Foi o título mundial de rugby, que deverá virar filme do ator e diretor Clint Eastood, tendo Morgan Freeman no papel principal. O filme, dizem, tem tudo para concorrer ao Oscar e vai ser lançado no final do ano.
Agora, o Ellis Park está se arrumando para a abertura, uma das semifinais e a final da Copa das Confederações. Além, claro, de receber as partidas de rugby do campeonato nacional, uma paixão na África do Sul. E, ainda, jogos da Copa do Mundo, ano que vem.
Temos histórias para contar e para dividir com os amigos. E sejamos felizes !

Fotos e vídeos da África do Sul


Olá, amigos. Já estamos há 3 dias na África do Sul. Belas imagens também têm nos acompanhado nessa missão "Copa das Confederações". Anexei um vídeo sobre um anoitecer no estacionamento de um dos Shoppings da cidade. Aqui, estampo uma curiosidade. (Veja o vídeo).

Pelas andanças por Joanesburgo, vamos revelando detalhes de uma cidade - talvez uma das mais ricas de todo o continente - e temos a sensação de que a África é um lugar esquecido pelos direitos humanos, ONU - Organização das Nações Unidas - e tudo o que mais poderia ajudar.

É um lugar onde as pessoas têm medo - as casas são bem protegidas por cercas elétricas - onde as diferenças sociais são gritantes - já disse que os negros, a maioria da população (80%) são submissos aos demais moradores - e onde parece haver pouca perspectiva de mudanças.

Mas também tem coisas boas e eu vou continuar essa aventura por aqui, postando tudo no blog para quem quiser acompanhar. E sejamos felizes.


quinta-feira, 4 de junho de 2009

A história sendo contada


Tenho o privilégio de hospedar-me em um hotel de 1825, aqui em Joanesburgo, na África do Sul. É a tradição de um prédio centenário que vai viver páginas emocionantes de sua história. Aqui, no Sunnyside Park Hotel, está hospedada a delegação da África do Sul, anfitriã da Copa das Confederações, que começa em poucos dias. Nessa equipe, o comando é do brasileiro Joel Santana.

Se o Brasil conseguir o primeiro lugar na primeira fase da competição, também vai hospedar-se aqui na sequencia da competição. Algo para esperar e torcer.

A cor que promove diferenças


Tem dois dias que cheguei à África do sul. Tempo suficiente para perceber diferenças que machucam os olhos, a alma e o coração. Pelas ruas da cidade, é fácil perceber a presença de pessoas pedindo esmolas pelas ruas. Até aí, algo do qual estamos acostumados, aí no Brasil. Nos restaurantes, pessoas servindo e pessoas sendo servidas. Sem novidades, também. O detalhe é que a posição de privilégio é ocupada pelos brancos. Os negros é que encontram-se no estado de miséria e de um ser serviçal - perdão pelo trocadilho. Parace-me que a escrivão, mesmo que velada, continua na África do Sul. Para os negros, a impressão é de conformismo pela situação. Ainda mais que a África do Sul é - sem dúvida - o país mais rico do continente. A fonte de esperança de quem serve e de quem serve. E assim, movimenta-se a economia.

As diferenças se movem ao campo esportivo. Os "brancos" adoram o rugby. Os negros são apaixonados por futebol. Os negros são quase 80% dos habitantes da África do Sul. Daí, concluímos o clima para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo, ano que vem.

Só que há um detalhe. O país é extremamente violento. Embora haja intenção, das melhores, em realizar eventos memoráveis, as cores promovem diferenças radicais. Que são sociais, economicas, religiosas. E o pior, todos saem perdendo.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Nessa longa estrada da vida ....


O começo da caminhada rumo ao sucesso, às vezes, surpreende. Ele partia só, do banco de reservas com direção ao túnel que dava acesso aos vestiários do Morumbi. De cabeça baixa, de andar tranquilo e de uma certa sensação de bem estar pelo dever cumprido, caminhava descompromissado.

Em outro extremo, no momento crucial para a captação de importantes depoimentos de jogadores ao término da partida, o repórter faz um sinal com a mão, na esperança de chamar a atenção daquele que havia sido a principal figura do campo de jogo.

Marlos desvia-se do trajeto inicial, aguarda a conclusão da entrevista que o goleiro de sua equipe - o também jovem Dênis - acaba de conceder para aí, então, atender ao apelo do jornalista. Espera mais um cinco minutos, até que conseguem entrar ao vivo no Terceiro Tempo (da BAND) onde é comparado com Rivellino, pelo experiente apresentador.

Finalmente, durante a entrevista (concedida à esse profissional que vos escreve - e à Milton Neves), o menino sorri, solta-se um pouco mais daquela timidez que impressionou desde a chegada dele ao São Paulo, dia desses. Assim, levo a primeira boa impressão do jovem Marlos: humilde, atencioso. E, segundo Muricy Ramalho, um jovem de personalidade.

Chegou, jogou muito, atendeu à todos e deu - aos sãopaulinos - a esperança de que 2009 pode ser tão positivo como tem sido os últimos anos do tricolor paulista. Marlos é o nome da esperança. Parabéns pelo começo de trabalho. E continue assim, nessa longa estrada da vida...