sábado, 14 de novembro de 2009

Lembrança eterna. O goleiro Andrada e os 40 anos do gol mil de Pelé.

São 3 mil quilômetros entre Rosário, na Argentina e Rio de Janeiro, no sudeste brasileiro. Entre´uma viagem de carro e outra de avião, mais de 6 horas. Apesar de seus 7o anos de idade, Andrada aceitou nosso convite e voltou ao Maracanã, onde fez o possível mas não conseguiu evitar o milésimo gol de Pelé, marcado no dia 19 de Novembro de 1969, portanto, há exatos 40 anos.
Nesse trecho você vai acompanhar detalhes de nossa conversa com o simpático Edgardo Andrada, goleiro argentino que defendeu as cores do Vasco da Gama entre 1969 e 1975, acumulando o título de campeão carioca de 70 e campeão brasileiro de 1974.
Ainda hoje ele é considerado um dos maiores ídolos da história do clube cruzmaltino, mas ficou marcado pelo gol mil de Pelé.
Começamos essa conversa pelo Museu do Maracanã e logo constamos com uma curiosidade. Ele nunca tinha visto a sequência de fotos do gol histórico de penalti.
Vou levar, para sempre, o exemplo de simplicidade e de carinho do - agora amigo pessoal - Andrada. Um senhor de vida modesta que ainda trabalha muito, apesar da idade. É o responsável pelas categorias de base do Rosário Central, clube onde começou a carreira de treinador.

sábado, 19 de setembro de 2009

A irreverência estréia hoje, na RedeTV


A emissora paulista dará um grande salto em qualidade e audiência com a decisão de contratar o narrador Sílvio Luiz. Ele fará sua estréia, logo mais, no jogo entre Vasco e Guarani, pela Série B do Campeonato Brasileiro. O jogo mais esperado da rodada, duelo entre líder e vice-líder. Não poderia haver melhor oportunidade para esse "pontapé inicial".
Como diz o amigo, parceiro e grande caráter: "Arredonda o seu aí que eu acerto o meu aqui". E vamos prestigiar o grande Sílvio.
Tive a grata satisfação, e oportunidade, de trabalhar com Sílvio Luiz durante algumas temporadas, na BAND. A mesma figura que o amigo conhece das transmissões é aquela que tive a chance de conviver, nas viagens, aventuras, trabalhos e jantares.
Que Deus continue te iluminado. Que você siga sendo o mesmo sujeito de sempre: aquele que consegue fazer o jogo de futebol algo alegre, divertido, irreverente. E tem um detalhe. Quando o jogo é de qualidade técnica baixa, aí é que Sílvio Luiz usa toda sua experiência ( e esse jeito particular de trabalhar ) para prender a atenção do telespectador.
"Você já fez a lição de casa, Professor ?". rsrsrs. Sorte, Sílvião.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O craque e a janela


Conversei, no sábado, com Marcelinho Paraíba. Ele deve definir o futuro dele entre hoje e amanhã. Há rumores de que o forte assédio financeiro do mundo árabe pode tirar o craque do Coritiba, em pleno ano do centenário alvi-verde.
Financeiramente, pelo tempo que jogou na europa, Marcelinho Paraíba nem precisava sair, agora. Acontece que a carreira de jogador de futebol é muito rápida e, talvez, seja esse o peso
para a definição que ele está relutando em tomar.
A direção do Coxa ainda confia em um final feliz. A torcida também. O melhor jogador do time, se for embora, pode fazer do Coritiba um forte candidato ao rebaixamento nessa temporada histórica para ele, Coritiba.
Contra o Avaí, os principais lances do clube paranaense partiam dos pés e da criatividade do atacante Marcelinho. Não por acaso, ele é um dos artilheiros do Campeonato Brasileiro. É esperar e torcer.

sábado, 29 de agosto de 2009

A história de um futebol nada amador


Estou impressionado com o futebol amador do Paraná. O amadorismo fica na categoria, pois o profissionalismo empregado na estrutura de algumas equipes é, realmente, de espantar grandes clubes do futebol brasileiro.

A foto que você vê é do Trieste, um clube tradicional do Campeonato Suburbano de Curitiba e mostra a potencia do futebol amador da região. Este clube tradicional, com mais de 70 anos de história, firmou uma parceria recente com um grupo de empresários que está transformando o modo de agir e de pensar no futebol local.

O Trieste, hoje, já mantém 47 jogadores em grandes clubes do futebol do brasileiro e tem 2 deles atuando no exterior. Todos já estão profissionalizados, embora nas categorias menores, e brevemente estarão brilhando no mundo da bola. `Temos o futebol como investimento, queremos revelar jogadores e projetamos retorno do que aplicamos em cerca de 7 anos - já se passaram quatro`, contabiliza um dos investidores, Alexandre Stival, dono de uma empresa de alimentos em Curitiba.
No Trieste, os empresários investiram cerca de 10 milhões de reais. Para manter as categorias de base, berço do projeto, foram montadas quadras, academias de ginástica, complexo de natação. Com as mensalidades, eles conseguem recursos para aplicar nas categorias de base que custam cerca de 120 mil reais por mês. Atualmente, o clube lidera as principais competições do estado, deixando clubes como Coritiba e Atlético Paranaense, certos de que têm muito a aprender.
Hoje, as categorias de base do Trieste mantém 130 meninos numa área de 22 mil metros quadrados com toda a estrutura disponível. Alguns deles, ficam alojados no próprio clube, todos precisam de boas notas na escola para seguir sonhando com a carreira profissional. Bela iniciativa no mundo da bola. Futebol amador, só no nome.

Fedato - o craque da camisa 2 do Coritiba


Estou trabalhando numa matéria que trata do centenário do Coritiba, o clube mais antigo do Paraná. Entre os inúmeros personagens para a matéria, tive o prazer de conhecer o ex-zagueiro Fedato.
Ele atuou durante 19 anos no clube alvi-verde. Tenho suficiente para arrebanhar um recorde. Foi campeão estadual por 7 temporadas, a última em 1958.
Na época, o futebol não era profissional e, por isso, ele trabalhava como contador. Essa atividade, que rendia mais dinheiro do que a carreira de atleta, impossibilitou que Fedato aceitasse convite para deixar Curitiba, mas teve inúmeras propostas. É um campeão. Lançou um livro sobre a carreira e tem muita história para contar. Um grande amigo que fiz pelo sul do Brasil.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A CASA DO VAMPIRO

A foto acima é a residência - hoje, um local para reclusão quando precisa concentra-se para um novo trabalho - de um dos maiores escritores da literatura brasileira. No bairro do Alto da Glória, em Curitiba, estamos diante da casa de Dalton Trevisan.
Curitibano, 84 anos de idade, Dalton Trevisan- conhecido como `O Vampiro de Curitiba` é avesso à entrevistas. Foram centenas de tentativas, mas ele sempre mantém-se longe da mídia. É um direito que tem, mas uma pena porque seguramente é um sujeito com grandes histórias para contar. Suas obras são dezenas, reconhecimento internacional e, abaixo, todo a liberdade de expor uma de suas inúmeras frases.

"O que não me contam, eu escuto atrás das portas. O que não sei,adivinho e, com sorte, você adivinha sempre o que, cedo ou tarde, acaba acontecendo." Balton Trevisan

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Entrevista no Mídia Esporte


A situação é inversa àquela que acabei me acostumando, nos últimos 20 anos. Desta vez, ao invés de entrevistar, fui entrevistado pelo amigo Otto Rezende, do site http://midiaesporte.blogspot.com/. Falo um pouco da carreira, da vida profissional e as histórias ao longo dessa estrada que é o telejornalismo. Quem tiver um pouco de tempo e paciência, vale a pena. A entrevista, promete o parceiro, será exibida nesta quinta-feira, dia 20 de Agosto. Valeu ?

Ah, perdoei-me pelas poucas postagens no blog. Realmente, ando numa imensa correria e nem sempre é possível fazer tudo o que se pensa ou planeja. Dá para entender, né ?

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Chamusca volta ao Brasil. E vai dirigir o Sport.


Conheço o Péricles Chamusca, antes do sucesso pelo Santo André, quando ganhou uma Copa do Brasil, surpreendendo muita gente. Ele dirigia o Taubaté, no Vale do Paraíba - em início de carreira e, naquele tempo, parecia mesmo talhado para o sucesso. É um treinador da chamada `nova geração` e com um potencial muito grande. Os quatro anos de experiência no futebol do Japão podem ter dado à ele, uma certa independência financeira, mas ao mesmo tempo, tirou o profissional do foco nacional e, para muitos, pode ser visto ainda com certa desconfiança.
Acredito que ele terá condições de realizar um grande trabalho na equipe rubro-negra de pernambuco. Chamusca tem uma vantagem enorme em relação a seu antecessor - Emerson Leão - é um profissional de extrema tranquilidade e com um jeito muito mais `simpático`de lidar com seus subordinados. Sabe trabalhar com a liderança de uma maneira bem mais inteligente, pois faz com que seus atletas acreditem nele com conversa e trabalho e não com autoritarismo.
Camina para o sucesso, mas como no futebol existem `outras forças determinantes`vai precisar de sorte também. Boa sorte, Chamusca.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Imparcialidade, tá na cara.


Muitas vezes nos deparamos com `pegadinhas` da profissão. Não são raras as vezes em que, na beira do gramado - ou mesmo atrás dos goleiros - a gente percebe jornalistas e funcionários que trabalham em empresas de comunicação, vibrando depois de um gol ou de uma grande defsa desse ou daquele arqueiro. Pois bem, passei por um teste na noite da última quarta-feira, no Parque Antártica. E, pelo jeito, fui `aprovado`.

A imagem mostra o momento da vibração do gol do Palmeiras contra o Fluminense. Gol único na estréia do novo treinador alviverde, Muricy Ramalho. Estava sério, compenetrado, e sem a sensação de sorriso ou lágrima diante do acontecimento. Fiquei tão sério que alguns amigos acharam que eu estava triste naquele instante. Acho que posso ter exagerado na seriedade. Mas prefiro que assim seja. Vibrando, comemorando, sorrindo, seria muito pior.

terça-feira, 28 de julho de 2009

E o Diego que ninguém imaginava chegou lá...


Se fosse o Diego Souza, até daria para entender. Andou comandando o Palmeiras no período pós-Luxa, sempre com partidas importantes e o mesmo futebol que o fez brilhar nos tempos do Grêmio. Mas Diego Tardelli ?

Sinceramente, eu não contava com essa convocação de Dunga. Veja bem: não é que eu ache o avante do Atlético um jogador ruim, muito pelo contrário. Mas o histórico dele, pela figura de Dunga, julguei que pudesse ser decisivo para uma "não" convocação. Errei na avaliação, felizmente.

Futebol ele tem de sobra. Talvez ainda distante dos "titulares e preferidos" do treinador brasileiro. Mas ser lembrado faltando menos de um ano para a Copa do Mundo, é algo que não se pode deixar de considerar.

Boa sorte ao Diego Tardelli.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Cuca caiu. E vale a pena tanta demissão de treinador ?




A cada notícia de um treinador demitido, vem uma frase em minha cabeça. "Demitir o treinador não é o melhor caminho. O outro que chega vai levar um tempo para dar seu padrão de jogo", dizia Muricy Ramalho, ainda nos tempos vitoriosos do São Paulo.

E quem é que quer saber disso ? Posso pecar pelo esquecimento de alguns nomes. Masa lista do Brasileirão é imensa.

Comecemos pelo sul do país. Lá se foi Celso Roth, do Grêmio. Caiu para cima e faz um belo campeonato brasileiro pelo Atlético Mineiro. Aí, vamos para o Atlético Paranaense. No começo do campeonato, perdeu em casa para o Náutico. De olho grande, demitiu Geninho e trouxe o treinador Valdemar Lemos - irmão do Osvaldo de Oliveira - que estava dirigindo o time pernambucano. Não deu certo para nenhum. Geninho tá tendo trabalho, agora no Náutico e o Atletico Paranense também não brilha.

O Sport trouxe Leão, ex-galo das Minas Gerais para o lugar de Nelsinho Baptista. E por falar em Nelsinho, acho que é um nome forte para o Flamengo que acaba de demitir Cuca.

Certo está o Avaí, que confiou em Silas, mesmo nos momentos difíceis. E a maré ruim, pelo jeito, já foi embora.



Geninho. A torcida por um gentleman.

Ouvi de vários jornalistas pernambucanos - simpatizantes do Náutico e também do Sport - que estão torcendo pela recuperação do lanterna do Campeonato Brasileiro. E não é uma questão de camisa ou bairrismo. O centro das atenções é o técnico Geninho, sempre muito simpático diante dos apelos e atropelos da imprensa.
Nesta quarta-feira, assim que o time chegou ao Estádio dos Aflitos para o jogo contra o Botafogo do Rio, Geninho foi cercado pelos jornalistas. Todos queriam saber sobre o princípio de confusão entre o goleiro Eduardo e o atacante Gilmar, após uma reunião entre os jogadores. Geninho, com a calma habitual, respondeu a todas as perguntas, sem a conhecida ironia, que muitos treinadores gostam de usar. É por isso que ele ganha simpatizantes nesse mundo da bola. Ah, se todos fossem assim.

O rei da selva(geria). Leão.


Fontes ligadas ao Sport Recife passaram a informação de que os jogadores do rubro-negro pernambucano não estão contentes sob o comando de Emerson Leão. Dizem que o comportamento é agressivo com jogadores, jornalistas e comissão técnica.

Um dos episódios relatados por esse profissional, a mim, dá conta de que Leão fez um jogador deixar o campo e sair correndo para recuperar uma bola que ele mesmo havia chutado para longe. O ato aconteceu diante de todos os outros jogadores, com o treinador fazendo ofensas ao profissional.

Esse mesmo atleta foi citado por Leão, durante entrevista, numa comparação infeliz. `Eu gostaria de ter o Ronaldo aqui, mas tenho o Fumagalli`, respondeu quando questionado com relação à estrutura para a imprensa trabalhar, na Ilha do Retiro. `Temos que trabalhar com o que temos`, finalizou.

Emerson Leão, pelo que apurei, tem salário de 220 mil reais. Só que o Sport deve à ele (contas assumidas pelas partes envolvidas) 3 milhões de reais, que estão sendo divididas em 10 `suaves`parcelas.

E tem mais um detalhe interessante nessa história. Há, no contrato de Emerson Leão e a direção do Sport, uma clausula garantindo o pagamento total da dívida caso o clube pernambucano consiga vender uma de suas revelações, o atacante Ciro.

Resta saber, como a coisa está andando, se Leão vai manter no cargo até lá. É esperar para ver. E o Sport está bem pertinho da zona do rebaixamento.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O Palmeiras é uma surpresa atrás da outra.


Quem achava que Jorginho seria um treinador tampão, surpreendeu-se com a possibilidade de efetivação, depois do desempenho do comandante e, claro, passou pela cabeça de que ele seria o treinador, para a sequencia do Brasileirão. Até pelas declarações dos jogadores, que mostravam real interesse nessa continuidade.

Pois bem, o Palmeiras é mesmo surpreendente. Numa época de contenção de despesa, quando se fala em soluções caseiras, lá vem o anúncio da contratação de Muricy Ramalho. Longe de dzer que Muricy não é uma grande contratação, longe disso. Mas vamos ponderar. Quando se acerta no alvo, dando um tiro no escuro, o ideal seria aproveitar o momento.

Lá foi Jorginho. Quando eu pensava que ele seria tampão, mostrou jeito de efetivo. Quando efetivado parecia, caiu. Que ele tenha sucesso, seja lá o que for fazer. Que o futuro mostre se Belluzzo acertou, no tiro certo. Ou se os caprichos do mundo da bola mostram o contrário. Boa sorte.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

"Lê ..Lê.. Lêa. E a fonte vai secar..."


Projeto do deputado federal Silvio Torres promete balançar as estruturas nos bastidores esportivos. Pela iniciativa, aprovada na Câmara dos Deputados - e que está, agora, no Senado - os clubes de futebol vão ficar proibidos de fazer doações para os partidos políticos ou para candidatos.

A medida também restringe entidades esportivas de participar desse tipo de "desmando" com dinheiro que, em primeira instância, não pode ser usado de maneira descabida. Isso significa, por exemplo, que tal "generosidade" não poderá ser pratica comum da CBF - Confederação Brasileira de Futebol.

Será que o Senado Federal vai compactuar com a iniciativa, ou vai achar que a moralidade é na "verdade deles" um tiro no pé ? Aguardemos, porque os senadores não tem prazo para dar seu parecer.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Felipão será o técnico do Santos


A informação partiu de um amigo que esteve com Felipão no Uzbequistão. Pelo que se sabe - e aqui vai o crédito ao amigo Roberto Thomé, da TV Record - Luis Felipe Scolari teria gostado muito da proposta feita por Marcelo Teixeira, presidente do Santos, e estaria disposto a trabalhar na equipe da baixada santista.
Só há um detalhe nisso tudo: Felipão pretende aceitar a proposta dentro de 3 anos, para - quem sabe - encerrar sua carreira por aqui. Ele estará com 64 anos, perto da sonhada aposentadoria, e de volta ao Brasil para tocar seus negócios - que têm ganhado fôlego financeiro no sul do país, onde tem revertido para outras áreas a economia nesses anos fora do país.
Agora, é esperar para ver se não surge, no meu do caminho, uma outra proposta milionária e, aí, sabe como é, com um bom dinheiro, qualquer sonho ou projeto podem esperar um pouquinho mais, ou nem acontecer. Santistas, façam figa. E esperem o tempo passar.

Adeus, Adilson




Independentemente do resultado entre Cruzeiro e Estudiantes, daqui a pouco, o técnico Adilson Batista já tomou a decisão: deixa a equipe de Belo Horizonte e parte para o mundo árabe. A proposta é irrecusável e o ex-zagueiro do Grêmio não ficará para disputar o Mundial Interclubes, caso a equipe brasileira fique com o título da Libertadores, que seria o tri da equipe mineira.


Essa informação abre possibilidades. Muricy Ramalho, Vagner Mancini e Vanderlei Luxemburgo seriam nomes prováveis para assumir o posto do competente treinador. Dos nomes citados acima, o mais distante parece ser o de Luxemburgo, que deixou o Cruzeiro em "pé de guerra" com os Perrela. Mas como no futebol tudo é possível, é esperar para ver.

Futebol feminino. Onde está o dinheiro ?




Nos últimos dias andei um pouco no mundo do futebol feminino. Pela TV Bandeirantes, devemos exibir no próximo domingo uma matéria sobre o esporte que está crescendo no Brasil, mas nada em função dos "homens fortes" da CBF, mais pela abnegação de alguns interessados em, de verdade, incentivar o crescimetno da modalidade.


Recebi a informação, que não consegui checar ainda, de que a Confederação Brasileira de Futebol recebe, por ano, US 1 milhão da FIFA para promover o Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino. Onde está o dinheiro, pergunto ? Sim, porque as atividades desses clubes que incentivam a modalidade, estão restritas a alguns campeonatos estaduais, ou de uma liga específica - no caso de São Paulo - e nada mais. Onde está o campeonato nacional ?


No Band Esporte Clube de domingo, tentarei passar um pouco do que percebi nas abnegadas meninas da equipe do Eagles Brasil, sediado em Praia Grande, litoral paulista. Esse clube foi para a final do primeiro torneio Futebol Mulher contra a equipe do São Bernardo. Perdeu a decisão, por 3 a 1, mas têm uma semente que germina em pouco tempo de atividade, além dos resultados em campo. Fomentou uma parceria com o Charlotte Eagles, da Carolina do Norte, nos Estados Unidos e, com isso, mantém algumas norte-americanas no seu elenco. E mais, têm um trabalho social bastante interessante, que é o de ensinar o futebol feminino para as comunidades carentes e o de incentivar a religião através do esporte. Não há fanatismo, mas sim uma mensagem bastante positiva de que o esporte não precisa de brigas, palavrões e arruaças. Pode ser o caminho, no futuro, também para o futebol masculino. Parabéns. E que nossas autoridades olhem com carinho para o futebol das mulheres. Novas "Marthas" poderão surgir. Depende de cada um para que elas brilhem aqui, ou longe daqui.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O problema do Santos não está em Vagner Mancini


O problema do alvinegro praiano vai muito além da troca de comandante. Aliás, arrisco dizer que essa não é a solução para o peixe. O descontentamento interno com o amadorismo de boa parte da diretoria alvinegra, chegando até o departamento médico, vai além de qualquer simples mudança de comando técnico.

A troca de comando pode mascarar a situação e até dar uma satisfação para a torcida. Mas internamente, pelo que soube, há um stress muito maior e, ao meu ver, de difícil solução.

Por questão ética, não vou revelar com que atleta tive um longo contato nesse sentido. Mas o que posso passar para os amigos é que boa parte do elenco, hoje, esta descontente com os bastidores da Vila Belmiro. Não tratamos nem a questão salarial - e nem sei dizer se os salários e direitos de imagem estão sendo pagos em dia ou não - a conversa girou em torno da posição de diretores alvinegros no momento em que eles são chamados a agir. Pelas palavras que obtive, simplesmente, eles não reagem.

A revolta está camuflada por alguns bons resultados, por notícias que são amordaçadas lá dentro. Agora, depois do que aconteceu na Bahia, talvez possa surgir fogo onde percebemos fumaça. Será ?

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Um conselho ao mestre Muricy


O procurador de Muricy Ramalho e amigos mais próximos tentaram convencer o treinador a ficar um tempo fora do país e não aceitar, imediatamente, a proposta do Palmeiras. A idéia era de que ele aproveitasse o momento para "descansar" longe da pressão da mídia paulista e da natural pressão que receberia caso aceitasse a proposta do Palmeiras, por todo o histórico de conquistas que tem no São Paulo.
Muricy tem escutado sobre a "turma do amendoim" e sobre o "dinheiro mais fácil" se resolvesse ir para o Qatar, por exemplo.
Cheguei a duvidar de um acerto de Muricy Ramalho com o rival tricolor, mas agora acredito que essa proposta pode, realmente, ter êxito.
Quem conhece a figura sabe que ele gosta mesmo é de grandes desafios, de trabalhar no extremo. Sendo assim, o projeto Palmeiras - por toda a força que a oposição tem dentro do Parque Antártica - seria o ideal para o técnico. Vamos aguardar a definição.

Quem derrubou Luxa no Palmeiras ?



O verdadeiro motivo pela saída de Vanderlei Luxemburgo do Palmeiras não veio à tona. Uma ligação telefônica entre J.Hawilla e Luiz Gonzaga Belluzo, presidente do clube, foi fundamental para tal decisão. O primeiro, investidor no futebol alviverde - dono da empresa de marketing esportivo Traffic - teria ligado para o parceiro dizendo que Vanderley Luxemburgo estaria cobrando um "percentual" para escalar jogadores da Traffic no time do Palmeiras.

Belluzo ficou irritadíssimo como a informação e imediatamente após o telefonema, teria ligado para seus diretores mais próximos exigindo a demissão imediata do renomado treinador.

Isso explica, em parte, a demora do Palmeiras em conseguir um substituto à altura para tocar o barco na sequência do Campeonato Brasileiro. Não havia uma carta na manga.

A desculpa usada à imprensa foi de que Luxemburgo teria criticado a atitude de Keirrison em relação a sua possível saída do clube. Quem frequenta o ambiente alviverde sabe que ele sempre foi duro em suas falas e que essa não foi lá tão contundente. O que dá margens para imaginar como verdadeira esse diálogo entre Hawilla e Beluzzo.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro quase não foram realizados.



Prefeito do Rio de Janeiro e Governador do Estado do Rio de Janeiro estiveram com o Presidente da República, Luis Inácio "Lula" da Silva, meses antes dos Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro. Eles chegaram a sugerir o cancelamento da competição por falta de verbas. Assim, conseguiram recursos suficentes para que os jogos custassem cerca de 800% a mais do que o previsto inicialmente.

Tenho conversado com o deputado federal Silvio Torres que alimenta uma preocupação que, no meu modo de entender, tem toda a razão de existir. De acordo com o parlamentar, a Copa do Mundo de 2014 poderá transformar-se em algo muito maior, sob o ponto de vista do emprego equivocado do dinheiro público.

Silvio Torres promete, em Brasília, acompanhar de perto cada solicitação de recursos públicos para cumprir metas que, talvez, a iniciativa privada não esteja disposta a encarar. Com certa razão.

Se voltarmos para os Jogos Panamericanos, que fim levou, por exemplo, a Arena Multiuso, da Barra da Tijuca, construída com recursos públicos para a competição e que - prometeu-se - seria um legado para a comunidade local ? Virou uma casa de shows. O local foi arrendado pelo HSBC e agora é palco de eventos culturais. Só que a população perdeu um espaço para o desenvolvimento esportivo e, naturalmente, para o surgimento de novos talentos brasileiros. E o nosso dinheiro, onde anda ?

Sobre o atacante Souza: onde está o dinheiro ?


Normal seria perguntar por gols, mas essa questão também cabe, no caso a seguir.
Não há provas, ainda, mas surgiu a informação de que o jogador Souza - atacante do Corinthians - está sendo lesado por algum "atravessador". Pelo que ouvi, o jogador que veio do Flamengo, assinou um contrato para receber cerca de R$ 170 mil/mês, mas a maior parte desse dinheiro (cerca de R$100 mil/mês) talvez esteja ficando no meio do caminho.
Isso não serve de justifica para o seu desempenho técnico em campo, mas sem dúvida, merece uma investigação profunda. Garanto que tentarei mais detalhes dessa história. É algo muito ruim para um clube que está vivendo uma das grandes fases de sua história.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O domador de animais

Vivemos um momento único ao conhecer o Rhinus Park, em Joanesburgo. Uma espécie de zoológico com características de safari, onde é proibido descer do carro na maior parte do tempo e, dentro dele, abrir apenas 10% da janela, sob o risco de ser "atacado" por feras como leões, tigres e outros bichinhos nada domésticos.

Aqui, você acompanha o momento em que um homem mostra extrema habilidade com dois tigres siberianos. Ele entra na jaula com dois animais que pesam mais de 300 quilos e que poderiam devorá-lo em segundos, se assim desejassem.

Ao que parece, o domador conhece os bichinhos desde pequenos. E lá, há oportunidade de contato com alguns filhotes de leões e tigres. Por instinto, as brincadeiras dos filhotes acabam causando um certo temor. Imagine um filhote de cachorro ou gato. Quanto eles querem brincar de mordidas ou patadas, preocupa, não ? Imagine isso multiplicado algumas vezes, por animais bem maiores e, obviamente, selvagens.

Ainda assim, ou até por isso tudo, uma experiência que valeu a pena, demais. Ano que vem, se chance tiver, farei de novo.

Um bate-papo interessante com a cultura da África do Sul

A conversa abaixo tem cerca de 3 minutos e, acredito, será muito interessante de você acompanhar. Um sul-africano mostra um pouco da cultura do seu país através da fala.
Ele exibiu - com orgulho que você vai perceber durante a gravação - um pouco da Xhosa, uma das 11 línguas oficiais da África do Sul.
A Xhosa é falada por cerca de 8 milhões de pessoas, naquele país. São cerca de 18 % da população daquele país. Um pouco pelo contexto hstórico e muito pelo som "clicante" de algumas letras, fiquei impressionado com aquela conversa. Não há muito o que dizer, melhor é ouvir. "Its very nice", disse meu amigo de lá. E tem mais, ano que vem Shizue, promete conversar conosco em português. Para quem fala Xhosa, eu não duvido. Aguardarei com ansiedade.

sábado, 4 de julho de 2009

Quarenta segundos que trouxe comigo

Poucas imagens, captadas durante uma matéria no bairro do Spot, em Bloemfontein. Suficientes, no entanto, para encher-me de perguntas, curiosidades e alegria.
Como eles conseguem transformar quase nada em festa ?
Como eles se parecem com o nosso povo - e estamos divididos por um oceano, mas olhando os mapas, Brasil e África parecem encaixar-se - ou não ?
Alegria por perceber que os sulafricanos puderam, naquele momento, oferecer o que lhes estava à mão: a alegria, através da música, deixando a evidente dificuldade financeira ao largo daquele momento. Obrigado, povo da África do Sul.

domingo, 28 de junho de 2009

Encontro com mágicos




Muitos amigos presentes em um jantar que não estava programada minha presença, pois estava cerca de 200 quilômetros longe de Joanesburgo. Mas o motorista que nos acompanhava em Rustemburg simplesmente não achou o hotel onde deveríamos pernoitar. Resumindo, tivemos que voltar.


No retorno, o convite para um jantar em um restaurante perto do Nelson Mandela Square - um dos principais pontos turísticos de Joanesburgo - e onde nosso motorista também não conseguiu chegar e pedimos o auxílio de um taxista - local onde tive a oportunidade rara de encontrar dois mágicos do futebol, em suas épocas.


Foi por um instante, mas valeu por tudo o que conheço da história dessas feras. Frans Beckembauer - um dos maiores nomes da história do futebol alemão e do mundo - e Falcão - hoje comentarista esportivo na Rede Globo e ex-jogador do Inter de Porto Alegre e da seleção brasileira.


Era véspera da final da Copa das Confederações. Momento para lembrar, sempre.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Frio, de verdade. E quase entramos numa fria em um shopping africano




Sabíamos que enfrentaríamos o inverno africano nessa aventura pela Copa das Confederações. O que não dava para prever era a intensidade do frio. Uma temperatura, no termômetro, marcando 5 graus negativos para um latino americano é, no mínimo, assustador.



Eu e André Alexandre, meu parceiro nessa gelada, corremos à um Shopping Center e compramos uma camisa térmica cada um. Aliás, compramos duas. Uma por 350 rands e outra por 170 rands. Claro, a mais barata achamos depois da primeira. A sensação foi de que "caímos do cavalo" com a compra das primeiras camisas. Não conseguiríamos dormir com aquele prejuízo na cabeça. Então, voltamos à loja e resgatamos o dinheiro, outra vez. Alegamos que a nossa empresa acabava de ligar informando de que haviam providenciado tal material e não mais seria necessária aquela compra.



No frio estádio de Bloemfontein, bateu um ligeiro arrependimento em mim. Se estivesse com as duas blusas na fria arquibacanda do Free State Stadio, usaria com prazer. Imagino o André que trabalhou no gramado durante os 90 minutos.



Aventuras na África do Sul.

Reação inesperada de um amigo solitário




Aproveitei raros momentos livres para conhecer o zoológico de Bloemfontein que descobri, na véspera de ir embora, fica ao lado do hotel onde nos hospedamos. Lá, como todo zoológico, macacos, elefantes, leões, etc e tal.


Nas andanças, em companhia com meu parceiro - o cinegrafista André Alexandre - tivemos o mesmo sentimento. Pareceu-nos que os animais, ali, estavam tristes. Não sei se pela baixa temperatura de um inverno rigoroso na região, ou se por causa do tratamento à eles dispensado.


Vamos partir com essa dúvida.


O que chamou minha atenção, no entanto, foi um elefante - ou será que era fêmea ? - quando me aproximei vagarosamente em busca de um ângulo perfeito para a foto. O animal, em dado momento, esforçou-se -para se aproximar ainda mais. Uma das fotos mostra isso. Não sei se estava querendo carinho, comida, ou apenas dando-me boas vindas. Ou será que estava pedindo ajuda para sair dali ? Vou embora com essa dúvida e com essa imagem de um amigo que fiz por aqui sem, ao menos, trocar uma palavra com ele.


E sejamos felizes.


O futebol em praça pública


Manhã fria em Bloemfontein - seguindo a massa gelada da noite anterior - e vida que segue nessa pequena cidade da África do Sul. E, nos detalhes, a gente percebe qual o sentimento envolve a sociedade. Poderia abordar vários temas, mas como estamos vivendo o esporte, nos últimos dias, é nele que vamos centrar.
A cena que você vê é numa praça pública perto de um dos muitos e bem organizados colégios locais. O amor pelo futebol é impressionante.
Se levarmos em consideração que o governo e as empresas destinam a maior parte de suas verbas para o rugby, a questão é ainda mais curiosa.
E vamos em frente porque estamos na reta final da Copa das Confederações e vem aí a Copa do Mundo, ano que vem. E você, o que acha disso tudo ?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Deu zebra, mesmo...


Eu estava lá e presenciei a maior zebra, até agora, na Copa das Confederações. Veja participação abaixo. Será que a África do Sul apronta contra o Brasil ? Se isso acontecer, minha gente, não sei como será a logística para cobrir a disputa de terceiro lugar entre as seleções "favoritas". A gente já tinha dificuldade de encontrar vagas em hotéis, projetando uma disputa entre Estados Unidos e África do Sul. Imagina, só.

Os espanhóis terão problema para acompanhar sua equipe no domingo. A distância é considerável entre Joanesburgo e Rustemberg. São cerca de 3 horas de carro. De avião, nem pensar. Não há aeroporto. Olha, vai ser um perereco. E estamos aqui para testemunhar tudo isso.

Zebra na África do Sul


Está difícil até digitar o texto por causa do frio. São cinco graus abaixo de zero em Bloemfontein. Os Estados Unidos estão derrotando a favorita Espanha. Dá para acreditar ??

É zebra na África. Agora, 28 minutos do segundo tempo.
Duas zebras... Dois a zero...
O futebol é lindo...

Uma aventura dividida em 3 partes

O trabalho do jornalista esportivo vai muito além dos 90 minutos de um jogo de futebol. Envolve toda a preparação para o trabalho. É preciso conhecer as histórias das equipes que se enfrentam, é preciso estudar os jogadores, as particularidades, as estatísticas. Enfim.
Agora, tem uma outra questão que é a logística, sobretudo quando vamos realizar uma tarefa de longa duração e fora do país de origem. Então, aqui, segue um pedacinho de uma aventura que enfrentamos em Rustemberg, ou nas rendondezas, para uma cobertura jornalística. É raro, mas acontece e é preciso saber "enfrentar" esses percalços. Com naturalidade e alegria. Sugiro que assista pela ordem. Essa é a terceira das três partes que, por algum motivo, não consegui publicar. Mas você vai entender, na sequência das postagens. E sejamos felizes.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Uma aventura dividida em 3 partes - 2a. parte

Aqui você acompanha a segunda parte da aventura.
Quando a gente consegue chegar ao hotel combinado, numa cidade distante, em um horário pouco atraente.
Dessa aventura, você nem imagina qual vai ser o final.
Acompanhe. E, depois, vá a terceira parte. Você vai entender como são as coisas no nosso trabalho. O imprevisto faz parte desse jogo.

Uma aventura dividida em 3 partes - 3a. parte

O trabalho do jornalista esportivo vai muito além dos 90 minutos de um jogo de futebol. Envolve toda a preparação para o trabalho. É preciso conhecer as histórias das equipes que se enfrentam, é preciso estudar os jogadores, as particularidades, as estatísticas. Enfim.

Agora, tem uma outra questão que é a logística, sobretudo quando vamos realizar uma tarefa de longa duração e fora do país de origem. Então, aqui, segue um pedacinho de uma aventura que enfrentamos em Rustemberg, ou nas rendondezas, para uma cobertura jornalística. É raro, mas acontece e é preciso saber "enfrentar" esses percalços. Com naturalidade e alegria. Sugiro que assista pela ordem. Essa é a terceira das três partes. E sejamos felizes.

domingo, 21 de junho de 2009

Arte e cultura no meio do caminho.


Hoje, viajei o dia todo para chegar até a cidade de Rustemberg. Cerca de uma hora entre Bloemfontein e Joanesburgo, de avião. Em seguida, quase quatro horas de carro até o palco do jogo entre Egito e Estados Unidos, pela última rodada do Grupo B da Copa das Confederações.

No meio do caminho, um pouco da cultura da África do Sul em um mercado exclusivamente para turistas que visitam o país.

A abordagem dos donos das barracas de artesanato é tanto que chega a incomodar. Nada que não aumente depois que eles descobrem que somos do Brasil. Eles são apaixonados peno nosso país e demonstram isso com o sorriso sempre cativante do povo local.

Aqui, registro um pouco da arte, na sua mais forte expressão. Não deixa de nos colocar para pensar na penúria que vive boa parte dos habitantes desse continente esquecido pelos países mais ricos. Lembrado, só quando era para extrair daqui os abundantes recursos naturais provenientes dessa terra.

Estou nutrindo um carinho todo especial por essa gente. Será que podemos esperar o mesmo das nossas autoridades ?

Encontrei o "Engenhão" da África do Sul

Jogo entre Estados Unidos e Egito. No mesmo instante em que o Brasil decide seu futuro contra a Itália. Eu aqui, bem longe do acontecimento que a maioria está de olho.Final da primeira fase, demorou um pouco, mas eu acabei encontrando mais uma história comum entre Brasil e África do Sul. O Royal Bafokeng, de Rustenburg, carrega consigo muita semelhança com o Estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro, construído especialmente para os Jogos Panamericanos de 2007. Os motivos da semelhança eu vou enumerando abaixo.

A primeira semelhança que pude observar: o local onde ele foi construído. Num bairro bem afastado dessa bela cidade distante (gastamos 3 horas de carro em estrada sem buracos, mas de muito trânsito e de muito risco).

Ele parece um "elefante branco", com o perdão do bicho tão simpático que vive por essa redondeza, e deixa a nítida impressão de que, ano que vem, depois da Copa do Mundo, irá transformar-se em uma obra de pouca utilidade e de muito desperdício de dinheiro. Seja ele público ou não. Vai doer do mesmo jeito levando-se em consideração a pobreza que está escondida ao redor dessa imponente construção.
Será que o Brasil vai repetir esse "sucesso" sulafricano, na próxima Copa do Mundo ?

sábado, 20 de junho de 2009

Um ponto e nada mais.


O clima é de euforia na cidade de Bloemfontein. A anfitriã da Copa das Confederações decide sua sorte precisando de apenas um ponto para passar às semifinais da competição. O clima é de festa mas a missão, das mais difíceis. O jogo é contra uma seleção que não perde há 34 rodadas, está com 14 vitórias consecutivas e, caso conquiste os 3 pontos, pode assumir a liderança mundial nesse critério. Serão 90 minutos de arrepiar. A gente está aqui e volta com detalhes assim que possível. E sejamos felizes.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A inspiração de um amigo


Meu parceiro nessa aventura: André Alexandre, cinegrafista de muita tranquilidade e talento maior ainda. Dá uma olhada no vídeo que ele gravou. Imagens falam pelas palavras. Estivemos juntos na periferia de Bloemfontein para uma matéria sobre a paixão dos sulafricanos pelo esporte. Em um fim de tarde maravilhoso, tudo ficou perfeito.

Nossas raízes além do futebol


A África do Sul lembra muito o Brasil de hoje em dia. Seguramente, é o Brasil de algum tempo passado. Aqui estão nossas raízes. Sejam elas, culturais, religiosas, esportivas. Vejo, pela periferia das cidades, uma semelhança muito grande com a nossa rotina diária. Aqui tem favela, tem violência, tem discriminação racial. Estou falando de que país ? Pois é, nossas histórias se misturam ou se completam, sei lá.

Aqui, as pessoas são amáveis, alegres, felizes. Nem sempre com motivos para isso, muito mais por origem, DNA, sangue. Não sei ao certo. Mas certo estou de que o sentimento desse povo pelo Brasil que eles nunca viram, é algo maior e mais forte do que a paixão pelo nosso futebol.

Será que estou errado ? Acho que não. Na África das diferenças, somos iguais.

Um dia diferente na África do Sul




Hoje minha missão era contar as diferenças sociais e raciais da África do Sul sob a visão do esporte.

Então, para complementar a matéria, visitei um bairro da perifeira de Bloemfontein para ter a visão clara da paixão da camada mais pobre do país pelo esporte que também é o principal na vida dos brasileiros.


Aqui, não foi difícil perceber que os negros - quase 80% da população, são mesmo apaixonados por futebol. Os brancos preferem o criquete e, principalmente o rugby. As diferenças, raciais e econômicas são claras. Os melhores estádios são para o rugby. O ingresso para uma partida do campeonato local, de rugby, custa 5 vezes mais caros que um ingresso para uma partida do campeonato sulafricano de futebol. E por aí vai. Mas eu gostaria de destacar uma outra questão que chamou minha atenção.


Os sulafricanos da periferia são extremamente educados e mais, têm um senso de patriotismo fora do comum. Repare nos detalhes enquanto as crianças cantavam o hino nacional do país. Serve como lição para gente.



quinta-feira, 18 de junho de 2009

Tem zebra na África ? Tem, sim senhor.


Ela não é exatamente africana, mas apareceu por aqui na noite desta quinta-feira. Chegamos bem mais cedo ao Ellis Park, estádio de Joaneburgo, para a partida entre Itália e Egito, da Copa das Confederações, segunda rodada. Tinha tudo para ser um jogo "natural", sem grandes novidades. E não é que os egípcios fizeram um a zero e se transformaram na maior surpresa da competição, até agora ?

Tempo para acreditar que a imaginada semifinal entre Espanha e Itália, deixando o Brasil para pegar África do Sul ou Iraque, vai desmantelar-se. Acompanhe o vídeo que fizemos para a TV Bandeirantes e verá que tudo está indefinido nesse grupo. Até a chance de classicação de quem hoje, depois de duas das três rodadas, é o líder: o Brasil.

Depois a gente volta. E sejamos felizes.


E o raio caiu no mesmo lugar.


Uma semana de ponte aérea e de problemas entre Joanesburgo e Bloemfontein, e vice e versa. Viagem de avião que demora cerca de uma hora e que de planejamento, pode chegar a três ou até mais. Outro dia foi o sumiço da nossa bagagem. Hoje, sem explicação nenhuma, um voucher na mão e a informação de que a aeronave vai atrasar.

Por sorte, nosso compromisso é 18h30. Temos que seguir para o Estádio Ellis Park para a partida entre Estados Unidos e Itália. Talvez a gente vá direto, sem passar no hotel. O que faríamos somente por volta de duas da manhã, saindo cerca de 5 horas depois, de volta para o aeroporto, para voltar a Bloemfontein. E assim, vamos que vamos, no balanço da Copa das Confederações que é um preparativo para a Copa do Mundo do ano que vem, quando a demanda vai ser muito maior. E as necessidades e cobranças também. Ai, ai, ai.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Motivação para o trabalho


Estava finalizando meu trabalho em Bloemfontein, depois da partida entre Espanha e Iraque. Texto, gravação, envio de matéria pela internet - essas coisas do mundo moderno - até que fui ao "Midia Center" para concluir esse trabalho.

Lá no centro de apoio aos jornalistas, pude acompanhar a alegria de alguns jovens trabalhadores. Na verdade, voluntários que nos auxiliam, e muito, por aqui. Aliás, aqui uma observação, são gentis, esforçados e grandes batalhadores pelo sucesso da Copa das Confederações. Pois bem, em determinado momento, com o serviço no fim, eles pararam para acompanhar momentos do jogo que acontecia na cidade de Rustemberg. Era o jogo da África do Sul contra a Nova Zelândia.

Mesmo distante, para não intimidar os sulafricanos, conseguimos flagrar o momento de alegria quando a África do Sul marcava seu primeiro gol na vitória por dois a zero.

Confesso, estou torcendo para que eles consigam passar para a próxima fase. Acho que a alegria, já habitual desse povo, estará ainda maior. Contagiando à todos nós, muito tempo longe da família, longe de casa. E sejamos felizes. Até a próxima.


Uma vitória, duas alegrias.




Terminada a partida entre Espanha e Iraque, um a zero para os espanhóis, os dois treinadores compareceram para a entrevista coletiva. Chamou a atenção o discurso dos dois comandantes. Bora Milutinovic, do Iraque, disse estar "feliz, muito feliz" com a derrota do time dele. A explicação foi que "a vida e a matemática são óbvias. Se eu perdi por apenas um a zero, o saldo de gols pode me ajudar na classicação para a próxima fase. Portanto, ainda estou vivo", filosofou.


O carrancudo treinador espanhol saiu-se com algo mais "simples" quando questionado se o time não vai "amarelar" quando chegar a fase decisiva. "Não dá para prever o futuro. Mas eu confio nesse grupo", finalizou.


De qualquer forma, os dois podem fazer história. Bora Milutinovic, ao conseguir uma goleada contra a desclassificada Nova Zelândia, deixará a África do Sul a ver elefantes já que os anfitriões enfrentam a poderosa Espanha. Em tese, Bora está certo no raciocínio da felicidade.


O treinador espanhol está a frente de uma seleção que acaba de atingir a marca de 14 vitórias consecutivas. Na África do Sul, tem 6 pontos em dois jogos. Marcou 6 gols e não sofreu nenhum. Ainda assim, será que dá para desconfiar da Espanha? Esperemos e veremos.

Torcida do Iraque se destaca em Bloemfontein


Na chegada ao Free State, estádio da partida, a torcida iraquiana chamou a atenção de todos os jornalistas. Se bem que, na foto aí, quem se destacou mesmo foi a repórter de uma TV espanhola.
Mas voltando aos torcedores, foi uma grande festa para um jogo fundamental. Um vitória praticamente assegurava a classificação de qualquer uma das equipes.
Favoritismo à parte, a torcida do Iraque deu um belo exemplo de alegria. Em campo, a equipe foi valente, mas a Espanha conquistou a vitória. Bem apertada. Mas muito valiosa.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Quando o destino escreve a história


A vitória italiana sobre os americanos, na primeira participação de ambos na Copa das Confederações, colocou o destino à frente da história. Dos 46 jogadores que poderiam decidir aquele jogo - número total de inscritos somando as duas agremiações - o placar foi determinado por um jogo imigrante que nasceu em uma nação, mas por razões pessoais (familiares e afetivas, entendo, vou trabalhar em outra).

Pois bem, o hino da Itália soa diferente aos ouvidos e ao coração do jovem Giuseppe Rossi, de 22 anos. Ele, saiu do banco de reservas a Azzurra para fazer dois gols e levar a seleção de seu país à liderança do Grupo, na Copa das Confederações, deixando o Brasil em segundo, no saldo de gols.

Seguramente, pelo que jogou naqueles 3 a 1, mas por qualquer outra razão, não poderia ser outro o escolhido como o destaque do jogo. E assim a FIFA fez. Giuseppe Rossi, um menino que foi procurado pela seleção do país onde nasceu, mas que resolveu profissionalizar-se pela nação do seu sangue e coração. E assim o destino vai escrevendo sua história. Que bonito, não ?

O dia em que a mala sumiu. E que o avião quase não subiu.


Não é comum a cena da foto acima. O piloto desce da aeronave e vai discutir qualquer coisa com o mecânico, em plena pista do aeroporto. Enquanto isso, todos os passageiros acompanhavam a cena de dentro do ônibus que nos levou até ali, para esperar uma autorização e embarcar.
Hoje, na ponte aérea Joanesburgo-Bloemfontein, literamente nós "dançamos". Não tanto pela espera que acabou, no total, sendo de cerca de uma hora - isso é normal para quem vive no Brasil e tem memória relativamente curta para acontecimentos recentes - mas o que nos traumatizou foi o final da viagem.
Nossa meta era chegarmos em Bloemfontein para acompanhar o treinamento da seleção da Espanha, que fará um jogo importante amanhã contra o Iraque. Pois bem, graças a Deus conseguimos um desembarque tranquilo.
Eis que, para nossa surpresa, faltou uma mala para ser entregue para um daqueles 25 passageiros que fizeram o vôo no avião atrasado. Era uma mala enorme com todo o nosso equipamento de trabalho. Meu parceiro, o cinegrafista André Alexandre, ficou com o ticket na mão e, mais nada.
Fomos ao balcão de informações que prometeu, horas depois, entregar o equipamento no hotel. Até agora, nem equipamento, nem a matéria do dia, muito menos satisfação da nossa querida South African Air Lines. Estamos providenciando equipamento reserva que deverá chegar amanhã, para que possamos trabalhar na cobertura do jogo.
Se a Copa das Confederações é um laboratório, um ensaio para a Copa do Mundo, registra-se o ocorrido. E vamos em frente. E sejamos felizes.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Patriotismo de um amigo sulafricano

Hoje estamos em Pretória para acompanhar a estréia da seleção italiana. A caminho daqui, duas emoções: uma delas foi saber do placar - naquele momento, ainda parcial, do jogo entre Brasil e Egito. Outra emoção, nosso motorista cantando o hino nacional sulafricano, ao lembrar-se da cerimônia de abertura da Copa das Confederações, que acompanhamos juntos.
O Brasil ganhou o jogo e a gente arrebanhou um grande companheiro por aqui. Shimi, entoando "Mamma África" é algo do qual não iremos nos esquecer.
Daqui a pouco, voltaremos com mais detalhes sobre o jogo entre Estados Unidos e Itália. Ao longe, ouço sirenes, o que indica que as seleções estão chegando ao Estádio de Pretória - a capital administrativa da África do Sul. Vamos trabalhar e sejamos felizes.
Até.

domingo, 14 de junho de 2009

Cachorro mordido por cobra ...


O combate ao tráfico de drogas é algo que chama a atenção na África do Sul. Quando cheguei ao país fui um dos "sorteados" no aeroporto Tambo, em Joanesburgo, para ter a mala completamente revirada por policias que trabalham ali. Eles olham para você e se quiserem, pegam o teu passaporte e tem encaminham para uma grande sala onde tudo é vasculhado. Pois bem, isso eu vivi.


Nesse domingo, para ter acesso ao estádio Ellis Park - cerimônia de abertura da Copa das Confederações e primeiro jogo da competição - reparei em uma dezena de bolsas espalhadas pelo chão. Um cão cheirava, uma por uma e, em seguida, elas eram liberadas. Se foram as pessoas e as malas e eu cheguei. A situação se repetiu.


Lá voi o cachorrinho meter no fucinho onde foi chamado. Lá dentro, balas, bolachas, papéis e nada que pudesse agradar ao "simpático". Assim, pude seguir tranquilamente. Agora, vou confessar, dos jeito que as coisas andam, dá medo ter uma mochila ou mala sob suspeita. Sempre há a sensação de que alguém, aproveitando-se de um descuido, "guardou" alguma coisa ali.


Quando o cãozinho deu as costas, feliz, quase lati de tanto alívio. E vamos em frente.



Começou a Copa da África.


Ao lado de grandes amigos e de insdicutíveis profissionais, acompanhei a cerimônia de abertura da Copa das Confederações, em Joanesburgo, na África do Sul. Luciano do Valle e Neto, em que pese o tempo de carreira e as emoções vividas por esses estádios e gramados do mundo, se emocionaram, assim como eu, com a cerimônia de abertura. A simplicidade que é a marca registrada desse povo.
Música, ritmo e alegria ditaram o tom da festa, acompanhada por todos os expectadores presentes no Estádio Ellis Park, em Joanesburgo. Para a festa ficar completa, faltou a vitória da África do Sul, no jogo de abertura conta o Iraque. Pena que não foi assim. Mas o que vimos valeu a pena. Emoções garantidas, teremos por aqui. E farei questão de transmitir aos amigos. E sejamos felizes. E que assim seja.