terça-feira, 30 de agosto de 2011

Imprevisível futebol clube. Lógica e bom senso não jogam nesse time.

O Santos pode ter jogo adiado por conta de jogadores convocados para a seleção brasileira. Tudo bem, não há o que se discutir. Mas porque o Vasco não pode ter um jogo adiado para a recuperação psicológica de seus jogadores depois do caso Ricardo Gomes? Uma boa explicação poderia me convencer. Mas eu não ouvi nenhuma explicação.
Fonte Luminosa ilumine a bola na rede. Por conta da suspensão, Guarani e Ponte Preta estão mandando seus jogos em Araraquara, nesse estádio que anda inspirando os atacantes. Em dois jogos por lá, 12 gols. Depois dos 3 a 3 entre Ponte e Náutico, ontem foi a vez dos 4 a 2 do Guarani contra o Criciúma. Jogo aliás, do Imprevisível futebol clube. Com 7 minutos o Guarani já perdia por dois a zero. Mas virou e venceu.
O começo do fim já começou. Representantes de torcida organizada se reuniram com jogadores, dirigentes e com o técnico do Corinthians. Foram cobrar desempenho de quem? Dos líderes do campeonato. Pode anotar aí, o insucesso está mais próximo do que antes.  Na minha avaliação, lugar de torcedor é na arquibancada. E ponto final.
Ouvi a história de que o stress de Ricardo Gomes, treinador do Vasco da Gama que está hospitalizado, pouco tinha a ver com seu trabalho.  Um sério problema familiar poderia ter ajudado a desencadear o problema. Se é verdade ou mentira, só ele poderá responder quando estiver recuperado. Se é que vai querer responder.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Treinador, profissão perigo.

Lembro-me do mestre Telê Santana.  Teve o mesmo problema que o ex-zagueiro e treinador Ricardo Gomes. Muricy Ramalho também já passou mal durante o exercício da profissão. É meio incoerente, no país onde todos pretensiosamente se dizem um pouco treinador, a profissão de treinador mostre tanto risco para o profissional que arrisca seguir esse caminho. O stress, a cobrança, o sistema nervoso, o jeito como lida com a pressão – extravasando os sentimentos, ou guardando para si próprio – determinam o futuro de um profissional que seguiu por esse caminho. Tomara que Ricardo Gomes tenha sido o último dessa lista infeliz. Tomara que tenha uma vida normal, quando driblar esse AVC. Tomara que seja feliz fazendo qualquer outra coisa. Dificilmente deve voltar à dirigir um time de futebol. A prudência, nesse caso, é amiga da perfeição.
Dunga se permite viver um pouco mais. Viver da profissão que escolheu. O ex-técnico da seleção brasileira – na fracassada Copa da África do Sul, não só por culpa dele, é bom que se diga – ressurge, agora, para um novo desafio. Vai ser o novo técnico do Al Rayyan, do Qatar. Substitui, por indicação do próprio, Paulo Autuori que vai ser o treinador da seleção sub-23 daquele país. Depois de mais de um ano afastado do trabalho, já não era sem tempo esse regresso.
Tem gente falando que o Corinthians é uma vaca encima de uma árvore. Ninguém sabe como chegou tão alto, mas com certeza, vai sair dali. Há quem arrisque que a perda da liderança do brasileirão é só questão de tempo. Uma ou duas rodadas mais. Será mesmo?

domingo, 28 de agosto de 2011

Do Bonde de Santa Tereza à ambulância do Engenhão, sem UTI.

Na rodada de clássicos, de belos gols, de jogos equilibrados, fica o técnico do Vasco da Gama como figura central. Não por terminar o primeiro turno no G-4, não por ter classificado o time, no meio da última semana, para a próxima fase da Copa Sulamericana, não por já ter garantido o Vasco na Libertadores do ano que vem, não por ter ajudado na conquista da Copa do Brasil, não por ter empatado o jogo de ontem. Ricardo Gomes passou mal aos 20 minutos do segundo tempo no duelo contra o Flamengo. Um AVC que estampa a fragilidade das nossas vidas – famosos ou não, ricos ou pobres. Perdi a vontade de discutir a rodada assim que soube da notícia e dos desdobramentos dela. Não havia ambulância com UTI no Estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro para atender Ricardo Gomes ou qualquer um que dela precisasse. Mas está no Estatuto do Torcedor, mas não há respeito às leis, não há respeito à vida. Do bonde de Santa Tereza à ambulância do Engenhão, nada o que dizer, a não ser, lamentar. Melhoras à Ricardo Gomes.
Um pouco de futebol, agora.  O Corinthians terminou na liderança o primeiro turno do Campeonato Brasileiro. Esse o saldo positivo. Principalmente se a gente considerar que dos oito campeonatos por pontos corridos, de 2003 para cá, em seis deles, quem venceu o primeiro turno, ficou com o título. Mas tem o saldo positivo para o rival. A vitória do Palmeiras, em Presidente Prudente, bota lenha num campeonato que, para mim, ainda vai ter muitas alternâncias no bloco de frente. Aguardar e torcer é o que cabe a cada um de nós.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Palmeiras e as curvas de um passado recente.

Jogador contra o ex-clube, geralmente dá no que deu ontem. A bola que acertou o jogador Jumar, aos 12 minutos do segundo tempo, no jogo Vasco e Palmeiras, tinha ingredientes de crueldade para a equipe paulista. A vaga para a próxima fase da Copa Sulamericana estava nas mãos e escapou nas curvas de uma bola certeira e de um passado recente que, até aquele momento, machucava mais o jogador do que aqueles que o haviam agredido. Jumar ouviu poucas e boas durante sua passagem pelo Palmeiras. Esperou e, numa curva de um chute certeiro, pode dar vazão à todo o sentimento reprimido. E o Palmeiras  eliminou, na primeira oportunidade, a primeira chance de voltar à Libertadores do ano que vem. Resta o campeonato brasileiro, resta esperar dificuldade. E que as curvas não sejam tão acentuadas, daqui por diante.
São Paulo, Flamengo, Botafogo e Vasco da Gama. São os quatro brasileiros classificados para a próxima fase da competição continental. Numa análise fria e superficial, três a um para os cariocas para cima dos paulistas. Se a gente pensar que Flamengo e Fluminense foram, recentemente, campeões brasileiros... É hora dos paulistas abrirem o olho. Ou o Corinthians já se acha campeão brasileiro?
“Só se pensa em levar vantagem”. Com essa frase Rogério Ceni definiu o Estádio do Morumbi fora da copa do mundo de 2014. Para o goleiro, o estádio de Itaquera é um pretexto para gastar R$ 1 bilhão. O Morumbi tinha projeto próprio para reforma e não renderia esse dinheiro todo, alega o atleta. O lado torcedor e, portanto, parcial, nem entra em questão. Ou entra? O que você acha?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Os mastros e o maestro.

Para um dos maiores treinadores do futebol brasileiro, Neymar  é o Pelé atual. Palavras de Luis Felipe Scolari. Um maestro, por tanto. Um maestro que chega aos 19 anos de idade com o primeiro filho nos braços. Nasceu ontem, filho de uma ex-namorada, hoje com 17. Maestro que chega aos 19 anos financeiramente resolvido, como pop star, estrela de grandeza internacional. Talvez, mais rapidamente que o Pelé original. É o mundo moderno, onde as coisas são sempre muito rápidas. Mais do que a gente, um tempo atrás, poderia imaginar.
Do maestro para os mastros. A Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou a volta das bandeiras com mastros nos estádios. Elas estão afastadas há 15 anos porque eram usadas como armas, na briga entre os torcedores. Dessa notícia, duas considerações. A primeira. Será que os deputados estaduais não têm nada mais importante para aprovar? Outra consideração. Se já era arma há 15 anos, vai deixar de ser agora?
Fácil fazer amigos, muito mais fácil fazer inimigos. Pelo menos é o que parece quando se fala no árbitro Heber Roberto Lopes, do Paraná. O Atlético Paranaense pede um novo sorteio à CBF para que ele não apite o clássico contra o Coritiba, no final de semana. Felipão comentou o mesmo árbitro no jogo de hoje contra o Vasco da Gama, pela sulamericana. “Com ele apitando, já estamos eliminados”, comentou o técnico do Palmeiras. Nos últimos 4 jogos apitados por Heber Roberto Lopes, o Palmeiras não venceu nenhum. Pode ser coincidência, como também comentou o treinador palmeirense.

domingo, 21 de agosto de 2011

No Brasileirão, Domingo do empata e empaca.

Empata e empaca no domingão do brasileirão.  Dos sete jogos realizados ontem cinco terminaram empatados. Menos mal para quem, no dia anterior, tinha ainda feito pior.  Assim, o empate do Flamengo contra o Inter de Porto Alegre, o empate do São Paulo contra o Palmeiras e o empate de Vasco e Fluminense, não causaram tantos prejuízos ao ainda líder Corinthians – ainda porque o time de Parque São Jorge, derrotado em seus domínios pelo Figueirense, anda fazendo uma força terrível para perder essa condição de primeiro colocado.
Mas nem tudo foi ruim na rodada dos empates.  Os belos gols também entraram em cena. O de Dagoberto pelo São Paulo e de Leandro Damião, pelo Internacional de Porto Alegre são de encher os olhos. Para você, qual foi o mais bonito? Em minha opinião, cada qual tem sua beleza e seu grau de dificuldade. Para mim, portanto, me perdoe, mas dá empate.
A síndrome do alfabeto. Dos cinco clubes que começam com a letra “A” na disputa da série A do Brasileirão, quatro estão, hoje, a caminho da Série B. Atlético Paranaense, Atlético Mineiro, Avaí e América de Minas são os componentes da zona do rebaixamento.  O único “A” que consegue se safar, por enquanto, é o Atlético Goianiense que chegou a terceira vitória seguida e, por ora, está fora da degola.  Mas não se ligue muito nessa parada de letras do alfabeto, não. Grêmio, Santos, Bahia, estão doidinhos para embaralhar essa disputa.  E o primeiro turno está acabando. Depois não diga que eu não avisei.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Alguma coisa acontece nos bastidores do futebol brasileiro.

O Jornal Nacional exibe uma matéria de 3 minutos contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira – raridade. Quase ao mesmo tempo, divulga-se que os jogos das 18h30 e 21h00, nos finais de semana, terão seus horários alterados. No meio de semana, o jogo das 7 e meia da noite passa para as 8 e meia. Exatamente a proposta da maior concorrente da TV Globo – e pretendente aos direitos de transmissão – Rede Record. Alguma coisa, que não é pequena, está acontecendo nos bastidores do futebol brasileiro.
Passo a passo o São Paulo caminha na tentativa de diminuir os prejuízos com a contratação de Luis Fabiano. Após a cirurgia, o jogador deu uma caminhada de 45 minutos pelos campos do CT  tricolor. Muito pouco para quem sonhou vê-lo jogando desde o início do campeonato brasileiro.
O mesmo São Paulo anuncia que o bom jogador Ilsinho não deverá renovar contrato com a equipe. Ao que parece, os empresários querem negociar o atleta com o exterior. Mas um pulinho em outra equipe nacional não está descartado. Tanto que o São Paulo não vai relacionar o jogador para o duelo do meio de semana contra o América Mineiro. Assim, ainda pode jogar nesse brasileirão por outra agremiação. Futebol virou mesmo um grande negócio. Amor à camisa é só discurso de saudosista, mesmo.
Falando em saudosismo, os gols de fora da área, no último final de semana, fizeram relembrar Neto, Zico, Nelinho, Rivellino e tantos outros. E o gol olímpico do Ronaldinho Gaúcho, hem? Sim, aquela bola contra o Figueirense tinha endereço certo. Eu acho. E você?

domingo, 14 de agosto de 2011

Uma esperança nova, ou nova esperança de torcer pelo Brasil.

Nossos meninos são melhores que os meninos dos outros. Pelo menos, que os meninos espanhóis. Jogaço pelo mundial sub-20. Gabriel, Danilo, Dudu, Casemiro, Henrique e tantos outros. Assim, dá orgulho de torcer pela seleção. Determinação, habilidade e vontade.  E nos pênaltis – traumáticos ultimamente – os meninos jogaram como gente grande. Agora é passar pelo México e chegar à final. E chegar, quem sabe, à seleção de Mano Menezes, tão sem brilho nos últimos tempos.
Quanto vale um empate? Em campeonatos por pontos corridos, qualquer ponto vale muito. Mas as vezes, um empate tem cara, jeito e sabor de derrota. Não tivesse conquistado apenas um ponto contra o Atlético Paranaense, no Morumbi, e hoje o São Paulo teria amanhecido líder do brasileirão. Teria uma vitória a mais que o Corinthians que também jogou em casa e que também empatou. Só um ponto conquistado contra o Ceará, o alvinegro paulista perdeu a chance de disparar. E não foi pior porque o  Flamengo, hoje com os mesmos 34 pontos que o Corinthians também conquistou apenas um empate. Fora, contra o Figueirense. Resumo da ópera. 3 empates e os 3 primeiros do campeonato permanecem na mesma posição que estavam. Sendo assim, empatar não foi um grande negócio. Mas pelo menos fica um consolo. Se tivesse perdido, seria ainda pior.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A grande vitória de Mano Menezes.

O real motivo talvez a gente nem fique sabendo. Mas o fato é claro e notório. Itália e Espanha –adversários de peso para a nossa seleção – não devem cruzar o caminho tupiniquim nessa temporada de amistosos da seleção brasileira principal. Enfim, uma vitória de Mano Menezes. Jogar contra o Gabão é, digamos, bem menos difícil. Mas dessa ninguém por aqui pode se gabar. É ou não é? Eu não deixaria passar esse trocadilho previsível. Igual o esquema de jogo do treinador do nosso selecionado nacional.  Alguém falou Dunga, aí?
Adriano, o Imperador, revela que vai estrear no dia 07  de Setembro com a camisa do Corinthians. O jogo vai ser contra o Flamengo. Já imaginou se as duas equipes estiverem, como hoje, brigando a cada ponto pela liderança? Ronaldinho Gaúcho de um lado, o Imperador do outro. Com eles, juntos, voamos em uma Copa das Confederações e batemos asas de uma Copa do Mundo. Ambas, na Alemanha. Alemanha. ultimo amistoso, ultima derrota. Como o mundo da bola é pequeninho, não?
E Dorival Junior segue desempregado. Irá manter-se assim depois de mais uma rodada do brasileirão nesse final de semana? Quem viver verá.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Perder o jogo, sim. Mas o respeito, não.

Não quero ser saudosista. Mas o toque de bola do futebol alemão não é um toque de bola alemão. É brasileira aquela desenvoltura, aquele desprendimento do poder de marcação e aquele volume de jogo para cima de um adversário modesto, medroso, despretensioso. Pior que isso. As camisas não estavam invertidas. Aquilo tudo é sinal dos tempos. O Brasil já não é mais aquele Brasil que arrancava suspiros da torcida, calafrios dos adversários. Hoje, somos um time comum. Uma seleção com poder incomum de não mais empolgar. No que nos transformaremos, no futuro? Tenho medo até de pensar. Nosso forte nunca foi  a organização, o respeito, o fino trato. Seja com o torcedor, com o adversário, com as condições para a prática esportiva. Nosso forte sempre foi ali, dentro do campo, nos dribles, no destemor. Não temos mais isso. Somos um time de medo, de falta de criatividade, de ousadia. Não somos mais o Brasil de que tanto nos orgulhávamos. 
Perder para a Alemanha não é o fim. O fim é perder sem ter tido a chance de ganhar. No placar apanhamos menos do que apanhamos na bola. Os 3 a 2 foram uma mentira dos números para não nos deixar muito mais depressivos do que hoje estamos, de fato. Perdermos da Alemanha, mas já havíamos tropeçado em adversários igualmente tradicionais, mas igualmente temerosos de nosso poder de persuadir, com o bom significado do termo: bola nos pés, dribles e ousadia. Perder o jogo não é o problema maior. Faz parte do jogo (desculpe o trocadilho). Perder a dignidade e o respeito é o que verdadeiramente machuca.  Achar que eu estou exagerando é igualmente ruim.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

E se fosse você, o que faria ?

A CBF poderia dar à Zagallo, o único tetracampeão do mundo, um cargo eterno na Confederação. Poderia ser uma espécie de consultor. Palavras de Carlos Alberto Torres, o capitão do tri e de Gerson, uma das feras da seleção de 70. Mas não. Em 2006, a CBF demitiu Zagallo que essa semana completou 80 anos de vida. Se tivesse nascido lá fora, seria reverenciado eternamente, é o que pensa Paulo Cesar Caju, que acompanha Zagallo desde os tempos de jogador. E se fosse você. O que faria?
Nada de jogo no sábado as nove da noite ou domingo seis e meia da tarde. Foram as mudanças da CBF para as próximas rodadas do Brasileirão. Os clubes aprovaram a medida. Mas a CBF não falou nada das partidas do meio de semana, 10 da noite. E se fosse você, o que faria?
Dura realidade de um futebol campeão. Os estádios que o Brasil vai oferecer para a Copa de 2014 vão ficar fechados por quase um ano, depois do mundial. Vão precisar de reformas para se adequar à nossa triste realidade. Sim, porque pela FIFA, nem alambrado pode existir. E pelo Brasil nem o fosso é suficiente para conter os vândalos. Dá vergonha, não? E você como se sente?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Feliz aniversário. Os 80 anos de um Lobo campeão.

80 anos de um dos maiores brasileiros entre todos os brasileiros.

Filho de um vendedor de tecidos, ele nasceu em Maceió, nas Alagoas.  Com oito meses de idade foi levado ao Rio de Janeiro.  A família buscava a cidade grande atrás de melhores dias. O menino Mário sonhou ser piloto de avião, ainda nos primeiros impulsos de quem planejava grandes vôos. O tempo foi passando, as asas deram lugar aos números e ele se formou, com os pés no chão, em técnico de contabilidade.
Na escola, o menino Mário destacava-se nos estudos, e também nos esportes. No tênis de mesa, logo se sobressaiu junto aos colegas. Tentou a natação e teve mesmo desempenho de sucesso. Mas como todo menino, na infância, foi apresentado a uma bola de futebol.
O pai bancou os primeiros chutes. Alias, muito além dos primeiros. E o tempo passou e a habilidade conspirou a favor do menino Mário. Do clube aonde foi sócio até chegar a um time profissional, foi rápido. Mas não foi fácil. Naquele tempo, ser jogador de futebol era sinônimo de ser um desocupado. Não havia prestígio ou dinheiro, naquele tempo.
Até para começar o namoro com aquela que seria sua cara metade, para sempre, Mário precisou mentir – ou melhor – ocultar a carreira que havia escolhido. Mário era habilidoso nisso também.
A camisa 10 caiu-lhe como uma luva. Mas a 10 tornava difícil o sonho de chegar à seleção brasileira. A concorrência era grande demais, falava consigo mesmo. E chegar à seleção, já era o sonho do jovem Mário. Por isso, usou a camisa 11.
Com a 11, chegou à seleção. Chegou para marcar sua história para sempre. Como jogador, ganhou duas Copas do Mundo. No total, participou de 7. No total, ganhou 4 delas. Mário, a gente tem que te engolir. Não foi essa sua frase de maior sucesso? Mario Jorge Lobo Zagallo. H  Neste dia 09 de Agosto, o mestre Zagallo completa 80 anos de vida. Um dos maiores brasileiros entre todos os brasileiros. Zagallo é um símbolo, um fenômeno, é alguém que teve orgulho de vestir a camisa da nossa seleção, como poucos. E fez isso com maestria. O menino que sonhou ser piloto voou onde, talvez, nenhum outro esportista ouse chegar.

domingo, 7 de agosto de 2011

Os últimos não serão os primeiros. Ao menos, no Brasileirão.

O America de Minas goleou o Fluminense e, nem por isso, deixou a lanterna do campeonato brasileiro.  O Corinthians empatou com o vice-lanterna Atlético Paranaense e, até por isso, deixou escapar a liderança do campeonato. Liderança, agora, do Flamengo com vitória construída no minuto final contra o Coritiba.  É, ao menos no brasileirão, não dá  para dizer que os últimos serão os primeiros.
Luis Fabiano seria o primeiro. A opção para o ataque. Mas ele se recupera e o jovem Cícero aproveita. No seu primeiro jogo como titular do São Paulo, foi brilhante, diária do outro. Fez os dois gols da vitoria contra o Avaí. Um deles, um gol de craque, de categoria, de quem sabe o que fazer quando está na frente do goleiro adversário.
E o sonho de consumo de 9 em cada 10 clubes do brasileirão, agora está por aí, em busca de um novo destino. A 8ª derrota do Atlético Mineiro, desta vez para o Figueirense, custou o cargo do técnico Dorival Júnior.  O Internacional de Porto Alegre, que venceu apertado o Cruzeiro, 3 a 2, é um dos primeiros da fila. Mas a concorrência é grande.
Será que agora vai? Uma vitória magra, um a zero, e o Santos despachou o Ceará. E se afasta do fantasma da zona do rebaixamento. É difícil manter motivação e concentração quando, a bem da verdade, os objetivos já foram alcançados: mundial interclubes no final do ano e Taça Libertadores, ano que vem. Se conseguir isso, aí sim...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Neymar. Sem meias palavras.

Ontem, o menino prodígio do Santos postou no twitter? "Agora eu sou meia !" Curta mensagem que poderia representar descontentamento em relação ao treinador Muricy Ramalho, numa análise apocalíptica. Algumas redações borbulharam, algumas pautas já se desenhavam nas cabeças mais apressadas (ou estressadas), enfim...
O tempo passou, os ponderados convenceram a espera pelo "desenrolar" dos fatos. Pois bem. Hoje, aparece uma peça publicitária nos principais jornais esportivos do país com  a seguinte manchete: " Neymar, agora sou meia".  O que significa ? Que ele passa a ser patrocinado pelas Meias Lupo. Bela jogada, não ?

Fica a lição. As novas mídias que tanto favorecem novas pautas, antevisão de notícias, também são ferramentas de uso de marketing, propaganda. É preciso saber conviver com os novos tempos. É essa a receita para o sucesso. 

Não fossem os blogs, como poderia passar essa mensagem, agora ? Impossível viver sem a tecnologia.

“Jeitinho brasileiro” ou das Arábias ? Exclusivo.

Pode parecer jeitinho brasileiro ou coisa das arábias. E é de certa forma. Você sabia que um treinador brasileiro foi o único, até hoje, a levar os Emirados Árabes Unidos para uma Copa do Mundo? Sabia que esse mesmo treinador não disputou o Mundial e largou o time depois de garantir essa vaga? Pois aconteceu, em 1990. O personagem era Mário Jorge Lobo Zagallo. O treinador receberia uma premiação, em dinheiro, pelo objetivo alcançado. Estava em contrato. O Governo do país resolveu, por iniciativa própria, também premiar Zagallo. Só que um diretor da Federação de Futebol local – uma espécie de CBF – além de não cumprir o acordado, ainda quis forçar Zagallo a assinar dois recibos.  Não houve acordo e Zagallo abandonou o projeto. Nunca havia denunciado o caso. Revelou-me com exclusividade essa semana, às vésperas de completar 80 anos de vida.
Paulistas e Cariocas em alta no campeonato brasileiro. Os quatro primeiros do brasileiro pertencem ao Rio de Janeiro e São Paulo. Corinthians, Flamengo, São Paulo e Vasco da Gama, respectivamente fazem a geografia do sucesso no principal campeonato do país. Revivem-se os velhos tempos dos estados ricos da nação.
Arábia Saudita ou Nigéria. É o caminho da seleção brasileira sub-20 que derrotou, ontem, o Panamá. Assim, com a goleada, a Argentina foge do cruzamento com os brazucas. Podendo evitar, é sempre bom, não é mesmo?

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Confusão à francesa. O preço da fama.

Uma modelo francesa – muito bonita por sinal – deu entrevistas para um tablóide inglês – sempre eles, os tablóides ingleses – e garantiu ter tido um relacionamento afeito com Ronaldinho Gaúcho. O detalhe. Teria sido em 2006, durante a Copa do Mundo da Alemanha, dentro da concentração da seleção brasileira. Ronaldinho entrou na justiça contra as declarações. A decisão acabou de sair. A modelo terá que pagar 100 mil euros ao jogador por danos morais. O Brasil perdeu aquela Copa, Ronaldinho terá diminuído seu prejuízo.
Um peso a mais, um peso a menos. Renan, goleiro do Corinthians, consegue sua primeira vitória como goleiro titular da equipe alvinegra em três jogos. Nesse aspecto, deve estar mais leve. Mas tem outro lado. Na partida de ontem contra o América Mineiro falhou de novo, como aconteceu desde que foi contratado. Já há torcedor vaiando e protestando contra o garoto. Outros querem, logo, a volta de Júlio Cesar. Torcedor é passional, não?
Diego Souza marcou um golaço contra o Santos nos primeiros minutos, na rodada de ontem do campeonato nacional. O Atlético Mineiro só correu para marcar gols contra o Grêmio depois de estar perdendo a partida. Aconteceu duas vezes. Às vezes o futebol é previsível, você não acha?
Endeusamos Ganso cedo demais? Crucificamos Ronaldinho Gaúcho cedo demais? Fiz essa pergunta ao craque Roberto Rivellino. Resposta. Nenhuma coisa nem outra. Ganso ainda não teve grandes conquistas e Ronaldinho já ganhou tudo o que poderia. Motivamos, os dois têm tudo para brilhar, por muito tempo. Opinião de quem, realmente, entende do assunto.

A antítese da “Lei de Gerson”. As lágrimas de um tricampeão mundial

Gerson foi um dos maiores que eu vi jogar usando a camisa 10. Por ironia, não jogou com a 10 quando foi tricampeão mundial, em 70, na maior seleção brasileira de todos os tempos.  A 10 era, e sempre será do Rei Pelé.
Durante anos Gerson rotulado por uma propaganda de cigarro na qual afirmava querer sempre levar vantagem em tudo. Daí nasceu a popular “Lei de Gerson” que rotula os aproveitadores de plantão. Pois bem, Gerson não é um aproveitador, como quis deixar transparecer aquela peça publicitária dos anos 70 e 80. Embora tenha carregado essa pecha, até os dias atuais. Por que estou dizendo isso?  Porque hoje eu vi o nosso tricampeão chorar. Chorou de emoção, de impotência, de tristeza. Chorava, não por ele, mas por amigos – igualmente vencedores no mundo da bola – mas que se perderam no anonimato, na falta de aposentadoria, no abandono, na falta de recursos primários. Gerson, não o da lei, mas o ser humano roga por uma assistência aos amigos, ex-atletas, que não tem, hoje, como manter uma família e nem a própria existência. Entre lágrimas e soluços – sem revelar nomes, por razões óbvias – Gerson revelou-me que, de vez em quando, um ex-campeão mundial – como ele – pede R$ 10, R$ 20 reais para ter a chance de comprar o almoço do dia.
Gerson, não o da Lei, insiste que jogador de futebol tem que se unir. Não pela aposentadoria especial prometida pelo ex-presidente. Aposentadoria, aliás, que não veio até hoje. Mas uma união para conscientizar de que essa profissão passa depressa, de que os grandes salários são para poucos, de que uma vida ativa de 20 anos como jogador não permite assistência previdenciária, pela lei brasileira. Detalhe.  Gerson não precisa dessa assistência. E não levaria vantagem alguma com esses ganhos que sugere. Conheci um Gerson completamente diferente daquele que mostraram para mim. É ainda mais craque agora.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A lição que deveríamos aprender para a Copa do Mundo.

Na última semana foi ventilado, por todos os cantos, o valor do investimento brasileiro para a cerimônia do sorteio para as eliminatórias da Copa do Mundo de 2014. Pois bem, três dias depois do evento, todo o “circo”, entre aspas mesmo, está sendo desmontado. Conversei com o treinador Carlos Alberto Parreira, ontem na casa dele, no Rio de Janeiro. Parreira mostrava-se chateado com a decisão. “Se gasta uma fortuna, avaliada em R$ 30 milhões de reais, e não fica um legado para a sociedade”, disse ele.  Carlos Alberto Parreira veja só, comparou o erro brasileiro com o acerto da África do Sul. Lá, os investimentos foram em locais onde, depois da cerimônia, puderam e ainda podem ser realizados eventos, convenções, etc. e tal. E olha que foi só o primeiro lance de grandes jogadas que, certamente, vão nos decepcionar um pouquinho mais. Parreira viveu 4 anos na África do Sul e sabe o que está dizendo.
O Ministério Publico Federal pode suspender as obras de reforma do Maracanã, também no Rio de Janeiro. De acordo com ele, a reforma do estádio – como determina a FIFA – prevê a cobertura das arquibancadas. E isso iria ferir o tombamento arquitetônico do local. O Ministério diz ainda que o laudo para o andamento das obras está ilegal. Ai eu fico pensando. O estádio de Munique, na Alemanha, para a Copa de 2006 não ficava nem próximo ao estádio antigo, construído para as Olimpíadas de 72 e para a Copa anterior, em 74. Ele manteve-se preservado e outro novo foi construído. Detalhe: custando menos do que vai custar a reforma do nosso tradicional palco da trágica final da Copa de 50. Só os deuses da bola para entender. Deve ter muita gente levando bola.