sexta-feira, 1 de março de 2013

QUE EU VI, EM CAMPO, FOI O MAIOR. PARABÉNS, ZICO...

"Azar o seu que não viu Pelé jogar, ao vivo. Eu vi". Zico me disse essa frase há alguns meses, quando tive a imensa oportunidade de fazer mais uma entrevista com ele. Um ser humano espetacular, sem estrelismo - e teria motivos para isso - sem arrogância, sem ignorar qualquer pedido para uma foto, um autógrafo, um abraço.
O Galinho de Quintino foi um dos maiores atletas do mundo. A minha idade não permitiu ver Pelé, em campo. Naturalmente que o Rei do Futebol foi maior, aos olhos da humanindade. Mas eu vi Zico em campo, estava no estádio. E sempre me dava prazer vê-lo jogar. Agora, o admiro como pessoa, como ser humano "comum", com um ex-atleta.

A humildade não se mede pelo talento ou pelas conquistas. Mas sim pelo caráter. E essa é mais uma lição que o eterno camisa 10 do Flamengo deixa à todos: jornalistas, atletas, dirigentes, ex-atletas, enfim. Nesse bate papo ao lado (com o amigo de profissão, Márcio Campos) uma conversa que foi muito além daquela pela qual nos preparamos. Zico falou da vida pessoal, da seleção brasileira - um capítulo à parte foi a Copa de 82, quando perdemos para a Itália - e, pasmem, nem tocamos no assunto Copa de 86, quando Zico perdeu um penalti contra a França e nos penaltis fomos eliminados pelos Europeus. Deixa para lá.

Lembrei à ele do Canal 100. Nos meus tempos de juventude, não perdia uma sessão de cinema. O Canal 100 exibia, sempre, grandes lances do futebol do Rio de Janeiro. Quase sempre, genialidades do Galinho. As exibições eram antes dos filmes começarem. Por várias vezes eu ficava até minutos antes de começar a sessão seguinte, para ver Zico, de novo. Ele se divertiu. A gente mais ainda, com certeza. Esse gênio do futebol está fazendo 60 anos. Certas pessoas não deveriam (não poderiam) envelhecer. Queria, para sempre, vê-lo em campo. Lembro-me de uma frase marcante de Luciano do Vale, o mestre da narração esportiva. "Não há palavras para descrever o gol de Zico". Falei sobre isso com ele. "Se ele que tem o dom das palavras não às encontrou, vou dizer o que?". Eu acrescento, Zico. "Não há palavras para agradecer ter tido a chance de, mais uma vez, estar perto de uma das maiores satisfações dos tempos de menino". Ele é o "culpado" pela paixão que tenho pelo futebol. Um "GG", gênio e gentleman. Parabéns, Galinho.

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