quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Perder o jogo, sim. Mas o respeito, não.

Não quero ser saudosista. Mas o toque de bola do futebol alemão não é um toque de bola alemão. É brasileira aquela desenvoltura, aquele desprendimento do poder de marcação e aquele volume de jogo para cima de um adversário modesto, medroso, despretensioso. Pior que isso. As camisas não estavam invertidas. Aquilo tudo é sinal dos tempos. O Brasil já não é mais aquele Brasil que arrancava suspiros da torcida, calafrios dos adversários. Hoje, somos um time comum. Uma seleção com poder incomum de não mais empolgar. No que nos transformaremos, no futuro? Tenho medo até de pensar. Nosso forte nunca foi  a organização, o respeito, o fino trato. Seja com o torcedor, com o adversário, com as condições para a prática esportiva. Nosso forte sempre foi ali, dentro do campo, nos dribles, no destemor. Não temos mais isso. Somos um time de medo, de falta de criatividade, de ousadia. Não somos mais o Brasil de que tanto nos orgulhávamos. 
Perder para a Alemanha não é o fim. O fim é perder sem ter tido a chance de ganhar. No placar apanhamos menos do que apanhamos na bola. Os 3 a 2 foram uma mentira dos números para não nos deixar muito mais depressivos do que hoje estamos, de fato. Perdermos da Alemanha, mas já havíamos tropeçado em adversários igualmente tradicionais, mas igualmente temerosos de nosso poder de persuadir, com o bom significado do termo: bola nos pés, dribles e ousadia. Perder o jogo não é o problema maior. Faz parte do jogo (desculpe o trocadilho). Perder a dignidade e o respeito é o que verdadeiramente machuca.  Achar que eu estou exagerando é igualmente ruim.

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