quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A antítese da “Lei de Gerson”. As lágrimas de um tricampeão mundial

Gerson foi um dos maiores que eu vi jogar usando a camisa 10. Por ironia, não jogou com a 10 quando foi tricampeão mundial, em 70, na maior seleção brasileira de todos os tempos.  A 10 era, e sempre será do Rei Pelé.
Durante anos Gerson rotulado por uma propaganda de cigarro na qual afirmava querer sempre levar vantagem em tudo. Daí nasceu a popular “Lei de Gerson” que rotula os aproveitadores de plantão. Pois bem, Gerson não é um aproveitador, como quis deixar transparecer aquela peça publicitária dos anos 70 e 80. Embora tenha carregado essa pecha, até os dias atuais. Por que estou dizendo isso?  Porque hoje eu vi o nosso tricampeão chorar. Chorou de emoção, de impotência, de tristeza. Chorava, não por ele, mas por amigos – igualmente vencedores no mundo da bola – mas que se perderam no anonimato, na falta de aposentadoria, no abandono, na falta de recursos primários. Gerson, não o da lei, mas o ser humano roga por uma assistência aos amigos, ex-atletas, que não tem, hoje, como manter uma família e nem a própria existência. Entre lágrimas e soluços – sem revelar nomes, por razões óbvias – Gerson revelou-me que, de vez em quando, um ex-campeão mundial – como ele – pede R$ 10, R$ 20 reais para ter a chance de comprar o almoço do dia.
Gerson, não o da Lei, insiste que jogador de futebol tem que se unir. Não pela aposentadoria especial prometida pelo ex-presidente. Aposentadoria, aliás, que não veio até hoje. Mas uma união para conscientizar de que essa profissão passa depressa, de que os grandes salários são para poucos, de que uma vida ativa de 20 anos como jogador não permite assistência previdenciária, pela lei brasileira. Detalhe.  Gerson não precisa dessa assistência. E não levaria vantagem alguma com esses ganhos que sugere. Conheci um Gerson completamente diferente daquele que mostraram para mim. É ainda mais craque agora.

Um comentário:

  1. Realmente , não entendi porque apagou meu comentário, se prefere que as pessoas não expressem sua opinião deveria bloquear os comentários, simplesmente ridículo.

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