segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Voltas que a vida dá. A história de um possível campeão.

Ele tinha 27 anos quando viu ruir a carreira de jogador de futebol. Era do tempo que a bola só dava prazer, dinheiro quase nenhum. Com os dois joelhos operados, o medo ganhou da vontade e da necessidade de continuar a carreira. Arremessou um prato na parede, em casa, no silêncio do sufoco que só ele – e a família – poderia entender. Deu um jeito de tocar a vida. Voltou à cidade de origem. Na serra gaúcha, o que fazer? Fez concurso público para professor do estado do Rio Grande. Com os parcos recursos que ainda restavam, botou uma vendinha de material esportivo. Mas sabe como é: a vida é uma bola.
Nunca tinha passado pela cabeça – palavras dele – ser treinador de futebol. Veio o convite para trabalhar num time lá do interior que, sem recursos, não poderia ambicionar grandes contratações. Estava lá um treinador, faltava alguém para ajudá-lo. Seria um “faz tudo” da comissão técnica: auxiliar, preparador físico. Tudo. Ali o destino começava a escrever suas páginas. O amigo treinador tropeçou e não resistiu. Com a demissão, seria ele o novo treinador. E vieram seis partidas. Foram cinco vitórias, um empate. E a carreira começou.
Tite tem a chance, agora, de ser campeão brasileiro pela primeira vez. Já levou varias equipes à Libertadores. Já tem Copa do Brasil no currículo. É o líder do campeonato brasileiro por mais tempo. 21 das 32 rodadas, até aqui. Quer estar na frente na 38ª. Tite me contou essa historia na casa dele. Com a mesma simplicidade que atende à todos, sempre, com educação e respeito. Se vai ser campeão, ou não, é outra história. Mas para um cara como ele, é difícil torcer contra. Esteja no time que estiver.
               

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